quarta-feira, 25 de julho de 2012

Dia da Mulher Afro - Latina e Afro - Caribenha



As mulheres negras da diáspora africana celebram 25 de julho, Dia Internacional da Mulher Negra Latino-americana e Caribenha, como símbolo de (re)união e de (re)conhecimento mundial de suas histórias de vida guerreira, combativa e imprescindível à construção de um mundo solidário, multiétnico e pluricultural. Estas mulheres negras têm, em comum, vidas marcadas pela opressão de gênero, agravadas pelo racismo e pela exploração de classe social.
A escolha da data ocorreu no I Encontro das Mulheres Negras da América Latina e do Caribe, realizado na República Dominicana, em 1992. Estiveram presentes mulheres negras de mais de setenta países, com o objetivo de dar visibilidade à sua presença nestes continentes. No evento foi criada a Rede de Mulheres Negras da América Latina e do Caribe, para trocar informações, estreitar o relacionamento e realizar ações em conjunto.

O aprofundamento da aliança entre as mulheres negras da diáspora deu-se na III Conferência Mundial Contra o Racismo, a Discriminação Racial, a Xenofobia e Formas Correlatas de Intolerância realizada em 2001 na África do Sul. Neste cenário, a Articulação de Organizações Não-Governamentais de Mulheres Negras Brasileiras desempenhou um importante papel, reunindo organizações de mulheres negras de diferentes pontos do país e destacando-se na construção de propostas para a Conferência.

A data reforça a necessidade urgente da implementação de políticas afirmativas para as mulheres negras da diáspora, pelos países da América Latina e do Caribe. No Brasil, a maioria das mulheres negras é detentora de cidadania inconclusa. Estudo realizado pela pesquisadora Wania Santana, utilizando dados do Programa das Nações Humanas para o Desenvolvimento (PNUD) de 1999, demonstra que as mulheres negras brasileiras ocupam a 91ª colocação, entre 143 países, considerando o Índice de Desenvolvimento Humano Ajustado ao Gênero - IDHG – que avalia a renda per capta, o nível de instrução e a expectativa de vida.
O Dia Internacional da Mulher Negra Latino-americana e Caribenha é mais do que uma data comemorativa, representa a luta pelo empoderamento das mulheres negras fora da África. Um mundo novo só será possível, quando as diferenças forem consideradas como riquezas e não utilizadas como sinônimo de inferioridade



*Para celebrar o dia, confirmar a proposta de enfrentamento e usar a música como arma, uma mixtape especial cuja músicas foram escolhidas por algumas mulheres pretas. Agradecimentos especiais a Juh DePaula, Gabi Pérola, Marianne Rocha, Bia Leonel, Quillen Sanchez, Jessy Nanmi, Mabu e Tabata Alves.



segunda-feira, 23 de julho de 2012

Antiéticos: "Antes que as estrelas se apaguem..."


Salve, salve!




"Antes que as estrelas se apaguem" é uma reunião de sons que nós possuíamos aqui no p.c com o intuito de provocar uma reflexão ampla e bem sadia sobre o estilo e o modelo de vida atual. selecionamos alguns sons que estavam em nossos arquivos e tentamos fazer algo linear, pra nós, hehehe... mas desejamos que cada um que ouça tire suas conclusões e agregue ainda mais com suas experiências. aliás, chega de memices.


Satisfação total podermos um dia discutir sobre ela. então... Antes que as estrelas se apaguem e as tintas acabem. vamos apertar o play e subir a bordo dessa espaço-nave onde todos são tripulantes e todos são passageiros... ;-)


Antiéticos deseja boa viagem a todos!




Baixa ae : Download

quarta-feira, 18 de julho de 2012

Recolhimento



"Era uma cidade muito engraçada, não tinha praças, não tinha nada. Ninguém podia ser camelô, nem tinha grana pra pegar metrô. Ninguém podia dormir na rua, que o jato d´água vinha na sua. Ninguém podia fazer festinha, qualquer barulho o guarda vinha. Mas era feita com muito esmero, muita polícia e tolerância zero"

sexta-feira, 13 de julho de 2012

Claustrofóbikstape 11


“Nenhuma notícia sobre as denúncias à OEA e ao CNJ saiu na grande imprensa”


Matéria publicada originalmente no Vi o Mundo.

São Paulo - Na segunda quinzena de junho, duas graves denúncias foram feitas sobre a desocupação violenta do Pinheirinho, em São José dos Campos (SJC-SP), em 22 de janeiro de 2012. Curiosamente, nada na mídia até hoje. É como se não tivessem acontecido.

A primeira denúncia, no dia 19 de junho, foi a Reclamação Disciplinar ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) contra cinco autoridades do Judiciário paulista: Ivan Sartori, presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP); Cândido Além, desembargador TJ-SP; Rodrigo Capez, juiz assessor da presidência do TJ-SP; Marcia Faria Mathey Loureiro, juíza da 6ª Vara Cível de São José dos Campos; e Luiz Beethoven Giffoni Ferreira, juiz da 18ª Vara Cível do Fórum Central João Mendes Júnior, em SP.

Assinada por advogados, ex-moradores e movimentos de direitos humanos, ela pede apuração das irregularidades do procedimento judicial.

A segunda denúncia, divulgada no dia 22 de junho, foi dirigida à Comissão Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA) Além dos cinco membros do Judiciário já denunciados ao CNJ, ela incrimina também o governador Geraldo Alckmin, o prefeito Eduardo Cury e o coronel da Polícia Militar Manoel Messias, comandante da operação policial. Acusação: violação de direitos humanos.

Assinam-na vários advogados e entidades de peso: os professores de Direito Fábio Konder Comparato, Celso Antonio Bandeira de Mello, Dalmo de Abreu Dallari e José Geraldo de Sousa Junior; o ex-presidente da OAB-Brasil César Britto; o procurador do Estado de São Paulo Marcio Sotelo Felippe; o presidente do Sindicato dos Advogados de São Paulo Carlos Alberto Duarte; a Rede Social de Justiça e de Direitos Humanos, representada legalmente por Aton Fon Filho. Também os advogados Antonio Donizete Ferreira, Aristeu Cesar Pinto Neto Nicia Bosco, Giane Ambrósio Álvares e Camila Gomes de Lima.

“É um absurdo que nenhuma notícia sobre essas denúncias tenha saído na chamada grande imprensa”, indigna-se Marcio Sotelo Felippe, que foi procurador-geral no governo Mário Covas (1995-2001). “Uma demonstração inequívoca de que a mídia tem lado e blinda, mesmo, as autoridades paulistas.”

“A mídia tem também um lado ideológico e faz de conta que não tem”, acrescenta. “Esses setores conservadores fazem a defesa estratégica da propriedade e do que pensam ser ‘lei e ordem’. Para eles é o que tem de ser preservado, não importa o custo humano, o indizível sofrimento das pessoas, a iniquidade do ato. Os excluídos são invisíveis. Não saem no jornal. Eles ainda pensam como se pensava na velha sociedade escravocrata.”

O terreno do Pinheirinho consta como propriedade da Selecta, do megaespeculador Naji Nahas. O procurador Marcio Sotelo analisou minuciosamente a documentação referente ao processo de falência dessa empresa e descobriu que toda a ação para expulsar as mais de 6 mil pessoas do local — homens, mulheres, crianças de todas as idades, idosos e enfermos – serviu única e exclusivamente para beneficiar Nahas.

“Passados cinco meses não há nenhum procedimento para apurar responsabilidades”, observa Marcio Sotelo. “Imperioso então recorrer a uma corte internacional. Afinal, o aconteceu no Pinheirinho foi crime contra a humanidade e toda a estrutura política e jurídica está envolvida. Ela não se pune a si mesma”.

RESPONSABILIZAÇÕES E REPARAÇÕES PEDIDAS À OEA

Na denúncia à OEA, os advogados signatários pleiteiam, entre outras coisas, que o Estado brasileiro:

* seja declarado responsável pela violação da Declaração Americana dos Direitos e Deveres do Homem;

* indenize os danos morais e materiais, de forma justa e compensatória, todas as pessoas desalojadas do Pinheirinho, bem como garanta a efetivação dos seus direitos à moradia adequada;

* apure responsabilidades civis e penais de todas as autoridades envolvidas com o despejo da comunidade do Pinheirinho, inclusive o governador do Estado de São Paulo e o presidente do TJ-SP;

* seja submetido à Corte Interamericana de Direitos Humanos, caso não haja adequada solução.

“Estamos exigindo essas responsabilizações, porque o Estado não fez nada. Nem antes, nem durante nem depois”, frisa Sotelo. “Além da violência com que as pessoas foram arrancadas de suas casas de madrugada, o mais assustador foi o ardil usado pelas autoridades paulistas para desalojar a população.”

Em 2004, a massa falida da Selecta ingressou com ação de reintegração de posse do terreno do Pinheirinho. Em 2005, o juiz da 6ª Vara Cível de São José dos Campos indeferiu a liminar. O recurso ficou parado durante no Tribunal de Justiça de São Paulo. Até que, em junho de 2011, foi para as mãos da juíza Marcia Loureiro que rapidamente deferiu a reintegração de posse.

A denúncia à OEA salienta:

Diante da tragédia social e humana que se avizinhava, com a iminente retirada à força de 1659 famílias de suas moradias, parlamentares e representantes dos moradores tentaram uma negociação com os interessados e autoridades judiciais.

No dia 18 de janeiro de 2012, quinta-feira, reuniram-se no gabinete do juiz da Falência, Dr. Luiz Beethoven Giffoni Ferreira, o Senador da República Eduardo Matarazzo Suplicy, os Deputados Estaduais Carlos Giannazi e Adriano Diogo, o Deputado Federal Ivan Valente, o síndico da massa falida Jorge T. Uwada, o advogado da massa falida Julio Shimabukuro e o advogado da empresa falida Selecta, Waldir Helu.

Conseguiu-se então um acordo de suspensão da ordem judicial de reintegração de posse pelo prazo de 15 dias. O juiz da falência declarou na petição em que formalizado o acordo, por despacho de punho próprio, que havia telefonado para a juíza Márcia Loureiro, responsável pela ordem de reintegração de posse, comunicando o resultado da negociação.

No entanto, de surpresa, sem qualquer notificação, em flagrante, literal e traiçoeira violação do acordo de suspensão da ordem judicial, três dias depois ocorreu a violenta desocupação e remoção das 1.659 famílias.

Na madrugada de domingo, dia 22 de janeiro de 2012, às 5h30 da manhã, o bairro Pinheirinho foi cercado pela polícia estadual e pela guarda municipal de São José dos Campos. Mais de 2 mil policiais entraram na área, lançando bombas de gás lacrimogênio e balas de borracha contra uma população que dormia, indefesa. Todos os moradores, incluindo mulheres, recém-nascidos, crianças, idosos e enfermos foram arrancados de suas casas (os grifos constam da própria denúncia).

“O Alckmin participou de todo esse ardil, preparado durante quatro meses”, acusa Marcio Sotelo. “Ao mesmo tempo em que, via secretário da Habitação, conversava com parlamentares e moradores acenando com uma negociação, ele autorizava e organizava a operação policial para desocupação da área. Ninguém desloca 2 mil policiais militares sem que o governador saiba.”

A denúncia à OEA também sustenta:

Pode-se comparar a operação policial, em sua brutalidade e selvageria, a um “pogrom”, ou à Noite dos Cristais na Alemanha nazista, que destruiu milhares de propriedades, casas e templos da comunidade judaica em 1938. Na comunidade do Pinheirinho, no Brasil de 2012, no entanto, o motivo não foi o ódio étnico. Foi o alegado direito de propriedade, reputado absoluto pelo Judiciário e imposto ao custo de indizível sofrimento de toda uma população.

A remoção violenta das 6 mil pessoas aqui descrita, além de violadora de diversos dispositivos da Convenção e da Declaração Americanas, a seguir mencionados, também caracteriza crime contra a Humanidade, nos termos do art. 7º , letra “k”, do Estatuto de Roma: ato desumano que provocou intencionalmente grande sofrimento, ferimentos graves e afetou a saúde mental e física de coletividade. Frontal violação do princípio da dignidade humana, com insuperável dano à integridade física e psíquica das vítimas e efeitos traumáticos em crianças, que perdurarão em suas existências.

“Além disso, não houve qualquer preocupação com os moradores, uma população completamente desprotegida, carente, despossuída, que foi amontoada em abrigos públicos, como se fossem animais”, completa Sotelo. “Todos os grandes responsáveis e os perpetradores têm de ser responsabilizados por essa tragédia humana.”
 
 
 
Documento Completo relativo à denuncia a OEA aqui: download

terça-feira, 10 de julho de 2012

O que o Rock tem a ensinar ao Hip-Hop.




Estamos nas vésperas do Dia Mundial do Rock’ n’ Roll, que é comemorado em 13 de julho. Por tudo que o rock e o Hip-Hop representaram e representam no mundo resolvi escrever sobre uma preocupação.

Dia desses um amigo me contou que tava atrás de músicos pretos pra formar uma banda de rock e por isso foi acusado de racismo. Racismo! Como assim? Das bandas de rock conhecidas pelo grande público, 99,9% são formadas só por brancos e ninguém os acusa de racismo. Por que é que quando alguém quer formar uma banda de rock só com pretos, esse alguém é rotulado de racista?

Essas questões me trouxeram algumas reflexões. No ano em que estávamos fundando o Coletivo de Hip-Hop LUTARMADA, o mundo havia comemorado o aniversário de 50 anos do Rock’ n’ Roll. E segundo a historiografia oficial branca, o que marca o nascimento do rock foi a gravação da musica That’s all right, mamma, em 5 de julho de 1954 por Elvis Presley. Na verdade o rock já compunha a trilha sonora da juventude preta desde a década anterior, mas foi necessário que um branco gravasse uma musica do gênero para que ele viesse a existir oficialmente para o mundo (o Rock, a medicina, a filosofia, a astronomia, o Brasil, a China, a América, a África... tudo no mundo só existe depois que é “descoberto” pelo branco!).

Quando eu fui conquistado pelo Hip-Hop ele tinha um certo apelo à diasporicidade africana. Era um orgulho visível nas nossas artes, roupas e acessórios. Conforme o Hip-Hop foi se popularizando foi também se rendendo à tirania do mercado. Por isso o espaço pra sentimentos como esse orgulho a que me referi, foi ficando cada vez mais limitado. Só que essa forte ligação com as origens era de certa forma uma defesa contra a “antropofagia” da pequena e alta burguesia branca. Nascido nos guetos pretos dos Estados Unidos, o Hip-Hop foi uma resposta contundente à classe dominante branca que já havia se apropriado do jazz e do rock. Neutralizada essa resistência, a classe media branca veio se infiltrando e abrindo caminho para a “colonização”.

Hoje no Rio de Janeiro os eventos de maior prestígio na cena Hip-Hop já não acontecem na periferia, mas sim no centro e na rica e sofisticada Zona Sul. Um dos sintomas de que o Hip-Hop está muito doente é que começam a se destacar personalidades oriundas dos bairros e condomínios da classe meRdia. Pior ainda é que eles se sentem a vontade, inclusive, pra fazer musica na qual zombam de quem não tem dinheiro pra pagar os caros ingressos das boates badaladas dessas regiões.

Quando eu era carteiro, me lembro de ser abordado por um morador de um desses condomínios onde eu fazia a minha entrega, que veio se queixar que não havia recebido uma encomenda que já tinha sido enviada há muito tempo. Ele estava muito furioso, pois se tratava de um disco raro de rock. Com uma atitude muito desconfiada com relação a mim, ele disse que os discos que ele gostava de ouvir tinham que ser importados porque aqui só vendia musica de preto, e que ele, fã de country e Rock’ n’ Roll, detestava musica de preto( ! ). Assim como esse idiota, eu também acreditava que o rock era uma musica criada pelos brancos. Qual o problema? A cena é totalmente dominada por eles! E tenho certeza de que a maioria das pessoas também acreditam nisso.

Como a historia só surpreende a quem de história nada entende, é prudente que o original Hip-Hop nacional faça uma autocrítica e um redirecionamento pra sua caminhada futura. Não será nada de mais se quando o Hip-Hop completar seus 50 ou 60 anos ninguém mais saiba que ele foi criado no seio da comunidade preta nova-iorquina. Aqui já tem gente dizendo que o Hip-Hop no Rio nasceu na festa Zoeira, que acontecia na Lapa entre o fim da década de 1990 e comecinho da década seguinte (mesmo que o 1º disco de RAP carioca tenha sido lançado em 1993 reunindo seis grupos diferentes). O estrago pode ser ainda pior. Se não reagirmos a esse assalto cultural, pode ser que um dia os pretos e pretas que formarem os seus grupos de RAP sejam acusados de racismo por isso.

Por Gas-PA Coletivo de Hip-Hop LUTARMADA







sábado, 7 de julho de 2012

Olhares

Documentário que tem como pano de fundo o olhar diante do espaço e a intervenção sobre o mesmo! Vale a pena assistir!!


Direção de Arthur Moura
 

segunda-feira, 2 de julho de 2012

Antiéticos - Apresenta# (mixtape) - Antes que as estrelas se apaguem...

Na tentativa de trazer mais reflexões sobre o que eles chamam de "troca" do natural pelo artificial. O grupo carioca Antiéticos elabora de forma violenta e simples essa bela mixtape:"Antes que as estrelas se apaguem...
CONFIRA!!!

DIA 23/07/2012 , LANÇAMENTO DA MIXTAPE : ANTES QUE AS ESTRELAS SE APAGUEM. ANTIÉTICOS

http://soundcloud.com/antieticos