quarta-feira, 27 de julho de 2011

BAADASSSS!




Homenagem de Mario Van Peebles a seu pai, Melvin Van Peebles que é percursor do movimento Blackexpoitation, que bagunçou o cinema estadunidense na década de 1970.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

A elite que faz do racismo seu entretenimento

Com a luta pela igualdade racial enfraquecida desde os grandes centros até a periferia, devido a submissão das entidades responsáveis pela defesa dos negros aos interesses eleitoreiros dos barões dos Royalties, é de se entender porque alguns porta vozes dos racistas da elite emburrecida da Região dos Lagos se assanharam em desconstruir a imagem da negritude e os tantos séculos de luta pelos seus direitos.

(Registro antigo de um escravo descansando após uma sessão de chibatadas.)

Há cerca de dois meses, o diretor do Teatro Municipal de Cabo Frio, o psicopedagogo teatrólogo sr Anderson Macleyves escreveu um texto racista depreciando a imagem da mulher negra, da política de cotas e as lutas pela igualdade racial, além de colocar em dúvida a idoneidade dos movimentos da negritude.

Nesse texto difuso, sem profundidade e um tanto hilário, o psicopedagogo teatrólogo acusa o próprio negro de ser racista, talvez em uma tentativa de justificar o racismo contido no texto.
Link(Se tiver estômago forte, confira o texto clicando aqui)

Há quem diga que Macleyves acendeu um pavio e está "fazendo escola" permitindo que outros grupos da elite (ou os que cicirandeiam nos playgrounds dos ricos e precisam aparecer de alguma forma para agradar seus patrões racistas) se motivem a explicitar racismo e ódio contra os negros.

Esses tipos de racistsa são como atores que se travestem de acordo com o momento para agradar ao que parecer mais conveniente.


Seguindo na prática o mesmo mal exemplo didático do Macleyves, o Portinho Boemio, uma espécie de bar boate em Cabo Frio voltado para a classe média alta, foi palco de um ato de racismo protagonizado pelo vocalista de uma banda de rock chamado Vinni Xii. O vocalista, em um ato no mínimo infeliz, se pintou de tinta preta para caricaturar a imagem do negro ao som do reggae. (clique aqui e confira)

Link"Eu porém vos digo" que o sr Macleyves não iniciou esse processo de racismo publicitado. O psicopedagogo teatrólogo diretor do Teatro Municipal de Cabo Frio tão somente publicitou o pensamento reacionário da elite emburrecida cabofriense.

Uma elite que, enriquecida no suga-suga dos Royalties, não se conforma com nenhuma ascensão do negro na sociedade. Quer seja em empregos de maiores salários, na política ou nas universidades (basta saber porquê ainda há universidades que não aceitam o ProUni ou a política de cotas), nos direitos a saúde de qualidade ou educação de base justa.

Uma elite que diante desses atos absurdos de racismo vê tudo como se fosse entretenimento. Como se dissessem aos seus botões: "São apenas jovens querendo se expressar" - "Isso é fase, depois passa".

Uma elite que ao mesmo tempo em que se recusa a aceitar a existência de flanelinhas nas ruas, privatiza o estacionamento público na surdina.

Diante dessa submissão ao capital, por parte das entidades e do poder público, só nos resta esperar um levante popular independente de prefeitos, barões dos royalties ou da iniciativa privada.

Um levante que possa trazer a tona a discussão sobre igualdade racial e as consequências das décadas de procrastinação por parte dos expoentes na luta na Região dos Lagos. Uma nova frente de militância que tenha como alvo a mudança do quadro deplorável que está o mandato representativo e o fim do trabalho escravo perpetrado por empreiteiras e supermercados.


Um levante popular que tenha orgulho de se reunir nos quilombos e não em teatros.



Texto escrito por Clovis Bate Bola

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Podcast 11





Bloco I

Slakah The Beatchild - The Cure
Ataque Beliz - Hoje é isso
Emicida - Só mais uma noite

Bloco II

Seun Kuti and Egypt 80 - Rise
Adão Dãxalebaradã - Diamante
Blitz The Ambassador - Acra City Blues


Bloco III

Co$$ - Risen
Siba e a Fuloresta - João do Alto
Fábio Góes - A Rua


Bloco IV

Gonzaguinha - Página 13
Anelis Assumpção - Amor Sustentável
Beirut - Un Dermir Vene (Pour la Ronte)


Baixar Aqui ó

quarta-feira, 20 de julho de 2011

UPDATE 11.0 --> Dica de como ficar rico realizando uma Expo(camelô)Gospel

Como prometido, segue abaixo atualização da Dica de como ficar rico realizando uma Expo(camelô)Gospel

O PREFEITÁVEL

11.0
É quase um folclore popular a ação de lucrar demasiadamente com políticos as vésperas das eleições. Se você está organizando uma Expo(camelô)Gospel não pode perder essa oportunidade.

Marque já uma reunião com algum prefeitável para firmar um acordo tendo sempre como ponto de partida o fato de que você tem a massa (nos dias de evento) nas suas mãos.

Como voto é uma mercadoria na mente dos prefeitáveis ou de candidatos ao legislativo, você terá uma arma de chantagem. Ou seja, os milhares de crentes que vão para o evento acreditando cegamente estarem em um local ungido e idealisado no céu.

A idéia é entrar na
negociação já deixando o prefeitável entender que, caso ele não aceite a "proposta", você irá vender o rebanho (que não é seu) para outro pré-candidato.


Introdução a lavagem de dinheiro GOSPEL:
Você vai precisar ter a natureza do patriarca Jacó. Não pode ser Israel, tem que se Jacó. Se você for da natureza de Israel, desconsidere essa matéria na sua vida. Se for Jacó, somente tome cuidado com o Anjo.

1.0
Você precisará estar com o pires na mão diante da prefeitura. Isso mesmo, como um mendigo, fácil de ser comprado, livre de impostos e ideologias. Leia bem, eu disse livre de Ideologias e não Teologias.

2.0
Esteja pronto para ser uma alternativa para prefeito diante de uma situação política desfavorável a política do governo. Sim, porque o prefeito irá te procurar para realizar o projeto que outros tentaram e não conseguiram por não se "encaixarem no perfil".

3.0
Você irá precisar ter cara-de-pau. Do mesmo jeito que Jacó, sendo usurpador, pegou o que era do seu irmão Esaú, você precisará fazer com outro irmão, no seu caso, em larga escala:
Pegar o projeto dele (expo gospel), plagiar, diminuir em 80% o que está previsto e executar o restante dos 20% embolsando o resto.

4.0
Como você é da natureza de Jacó e não sabe fazer muita coisa a não ser usar fantasias, ter várias esposas e pegar o que é dos outros, terá de cercar-se de outros da mesma natureza. Mas que vejam em ti a possibilidade de lucro constante, do contrário o feitiço se voltará contra "o feiticeiro" e, como são da mesma natureza sua, irão usurpar o que e teu. Ou melhor, o que não é teu. Convoque outros usurpadores de bençãos e coloque-os em áreas específicas da organização do evento. Cuidado com os artistas gospels, eles são perigosos se não forem bem pagos (Muito bem pagos), podem pôr tudo a perder em cima da hora. Já vi casos de reclamarem de "calote" em pleno palco.

5.0
O prefeito, como bom populista, irá "patrocinar" a maior parte do evento. Por isso você, da natureza de Jacó, não precisará gastar e assim seu lucro será certo. Peça que a prefeitura monte umas tendas, pra dizer que há uma exposição empresarial da cidade. Isso fará com que ganhe prestígio diante dos patrocinadores e do prefeito que deseja "gastar" despreocupado com a improbidade administrativa.

6.9
Ah, já ia me esquecendo.
Não precisa cobrar entrada. Isso é um erro comum que muitos dos organizadores gospel sérios continuamente praticam. Coloque a entrada franca para o evento. Isso fará com que o povo tenha uma idéia de que estão em uma Igreja, onde tudo é de livre acesso. O que na prática não é nem pagando (essa foi inspirada).

Se conseguir colocar algum grupo missionário falando, melhor ainda. Isso sensibilizará o povo para que gaste bastante, achando que estão contribuindo com Missões, mesmo que na prática isso nunca aconteça.

7.0
Agora vem a parte que o povo mais gosta. Munido das mesmas táticas dos imperadores romanos, você tera que dar pão e circo ao povo.
Busque dentre os seus comparsas, homens que tenham contatos com outros cantores e artistas(estrelas)gospel que estejam dispostos a cobrar mais do que necessário. Isso mesmo, cobrar mais do que necessário. E claro, levar menos do que o que está contratado. Assim você poderá levar o resto do dinheiro lavadinho pelas mãos de crentes tão pilantras quanto você. Geralmente, já há uma láia de artistas gospel instruídos nessa área. Não se esqueça de trazer o artista de maior sucesso e colocá-lo pra cantar no último dia ou no sábado. Pois isso fará com que seu evento seja bem visitado.

Funciona mais ou menos assim:

Você contrata um cantor, ele cobra 20 mil pra cantar e louvar (sabe-se lá a quem). Ae você o faz assinar 50 mil, ele leva 25 mil e você fica com os outros 25 mil pra dividir com seus comparsas e com o prefeito, lógico. Ou você achava que o prefeito iria ficar de mãos abanando. Viu como é magnífico as contas, irmão. Aleluia. Jesus multiplicou o pão, porque você não pode "multiplicar" a verba.

8.0
No dia da exposição, crie uma áurea de mistério e de risco. Deixe entender que está acontecendo lutas para que o evento não se realize. Coloque algumas igrejas para orar. Use algumas rádios, mas têm que pertencer a outros Jacó's. Coloque alguns irmãos para ajudar no evento, mesmo que eles cobrem um trocado, não custa nada eles ganharem 50 reais por noite, você irá faturar mais de 100mil sem trabalhar nada.
Contrate seguranças, experientes e fortemente armados, com armas escondidas no banco de trás dos carros. Um evento desses, debaixo de sabe lá que senhor, você precisará se certificar de que tudo ocorra aparentemente bem.

9.0
Com relação as tendas, coloque uma tenda de oração. Peça ao povo que traga fotos, retratos de entes queridos que necessitam de oração. Lembre-se, você não precisará orar, basta deixar que seus "voluntários" orem pelos pedidos. Afinal, a palavra de Deus não volta vazia, mesmo sendo desferida em um evento totalmente pecaminoso.
Coloque algumas tendas de camelôs em volta do parque. Isso dará uma idéia de exposição. Como a maioria nunca visitou uma exposição, seu evento irá agradar ao povo, na maioria jovens e adolescentes querendo paquerar em um evento sem repreensão dos líderes.

10.0
Para finalizar, ore ou peça a alguém para orar no palco. Depois, bem instruído nas artes da teologia da prosperidade, peça uma oferta para ajudar nos custos do evento. Diga que é a hora do povo ser abençoado, que é hora do povo ser desafiado ou que é dando que se recebe, todo esse blá blá blá da prosperidade. Como ninguém sabe que você roubou tanta verba pública para realizar esta exposição, não ficarão acanhados em te ajudar a aumentar a conta bancária.
Você é Jacó, lembra?

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Homenagem ao Movimento Negro Cabul-Friense


Como eu ando me pronunciando em demasia em relação aos rumos do movimento negro da minha amada Cabul Frio, faço uma singela homenagem a maneira como a práxis(prática) é encarada na militância local e em seguida deixo o link para um texto do meu amigo Clovis Bate Bola que anda analisando com maestria o mercado de escravos local! Bem, fiquem a vontade!!




Link para o texto, aqui ó

domingo, 17 de julho de 2011

Felipe Além - Documentário de um Anti - Herói. Download Gratuito

Direto de Bacaxá para o mundo, Felipe Além lança seu primeiro álbum entitulado O Documentário de um Anti Herói

Também conhecido como Don Cabana, Felipe Além é um MC do Rio de Janeiro e um dos fundadores do selo musical Faixa de Gazah. Nascido em 1985 no Brasil, Rio de Janeiro é filho de pais adotivos e conheceu o hip hop envolta dos anos 90. Aos nove anos de idade se mudou para os E.U.A com seus pais e na adolescência começou a atuar na cena do hip hop participando de batalhas e das mixtapes locais de Massachusetts.


Clipe filmado no centro de Bacaxá

De volta ao seu país de origem em 2005, conheceu o movimento juventude negra em Cabo frio, continuando suas produções e fazendo shows com outros artistas como o Bandeira Negra representando o interior do Rio em todos os shows com as suas letras politizada e performance emocionantes .

Hoje com 25 anos Felipe Além está lançando seu primeiro álbum O Documentário de um Anti Herói no selo Faixa de Gazah produzido em parceria com Davi Baeta.

O seu primeiro single Nas Ruas foi extremamente bem recebido na cena do underground, nas ruas e nos blogs. A sua letra afiada irreverente e a sua habilidade de mudar de flow sem perder a jinga sem duvida nenhuma Felipe Além é a cara da nova geração MCs que vieram para ficar.


DOWNLOAD VIA TORRENT


sábado, 16 de julho de 2011

Dica de como ficar rico realizando uma Expo(camelô)Gospel


Há dois anos atrás eu postei um "tutorial ensinando" como realizar uma Expo(camelô) Gospel e ganhar muito dinheiro se aproveitando da fé e da simplicidade do povo evangélico. A postagem foi muito bem comentada tanto informação apurada quanto a metodologia aplicada pelos famosos "empreendedores" da Fé no Estado.

Como já se passaram dois anos, vejo que há necessidade de atualizar as informações quanto a metodologia pilantresca gospel utilizada por estes estelionatários da fé, como forma de conscientizar o povo quanto aos detalhes que não são informados no palco e muito menos nas rodas de orações de "pastores". Detalhes que fazem toda a diferença na conta bancária de muitos aproveitadores profissionais da fé.

Olhando este cenário, estarei, com ajuda de alguns amigos blogueiros, fazendo um UPGRADE na metodologia usada para aplicar os velhos golpes dos eventos Gospels responsáveis pela troca de carro zero de muito pastor charlatão por aí.

Lembrando que este "tutorial" foi inspirado no que vi sendo feito no meio gospel por mais de dez anos. É uma dica para você que deseja ganhar dinheiro realizando uma exposição mesmo não tendo vergonha na cara, nenhum temor de Deus, nenhum trocado no bolso etão pouco sabendo realizar eventos. Ou seja, se você é mal caráter, ladrão ou 171, não precisa vender sua mãe. Esse tutorial é para você.

Introdução:
Você vai precisar ter a natureza do patriarca Jacó. Não pode ser Israel, tem que se Jacó. Se você for da natureza de Israel, desconsidere essa matéria na sua vida. Se for Jacó, somente tome cuidado com o Anjo.

1.0
Você precisará estar com o pires na mão diante da prefeitura. Isso mesmo, como um mendigo, fácil de ser comprado, livre de impostos e ideologias. Leia bem, eu disse livre de Ideologias e não Teologias.

2.0
Esteja pronto para ser uma alternativa para prefeito diante de uma situação política desfavorável a política do governo. Sim, porque o prefeito irá te procurar para realizar o projeto que outros tentaram e não conseguiram por não se "encaixarem no perfil".

3.0
Você irá precisar ter cara-de-pau. Do mesmo jeito que Jacó, sendo usurpador, pegou o que era do seu irmão Esaú, você precisará fazer com outro irmão, no seu caso, em larga escala:
Pegar o projeto dele (expo gospel), plagiar, diminuir em 80% o que está previsto e executar o restante dos 20% embolsando o resto.

4.0
Como você é da natureza de Jacó e não sabe fazer muita coisa a não ser usar fantasias, ter várias esposas e pegar o que é dos outros, terá de cercar-se de outros da mesma natureza. Mas que vejam em ti a possibilidade de lucro constante, do contrário o feitiço se voltará contra "o feiticeiro" e, como são da mesma natureza sua, irão usurpar o que e teu. Ou melhor, o que não é teu. Convoque outros usurpadores de bençãos e coloque-os em áreas específicas da organização do evento. Cuidado com os artistas gospels, eles são perigosos se não forem bem pagos (Muito bem pagos), podem pôr tudo a perder em cima da hora. Já vi casos de reclamarem de "calote" em pleno palco.

5.0
O prefeito, como bom populista, irá "patrocinar" a maior parte do evento. Por isso você, da natureza de Jacó, não precisará gastar e assim seu lucro será certo. Peça que a prefeitura monte umas tendas, pra dizer que há uma exposição empresarial da cidade. Isso fará com que ganhe prestígio diante dos patrocinadores e do prefeito que deseja "gastar" despreocupado com a improbidade administrativa.

6.9
Ah, já ia me esquecendo.
Não precisa cobrar entrada. Isso é um erro comum que muitos dos organizadores gospel sérios continuamente praticam. Coloque a entrada franca para o evento. Isso fará com que o povo tenha uma idéia de que estão em uma Igreja, onde tudo é de livre acesso. O que na prática não é nem pagando (essa foi inspirada).

Se conseguir colocar algum grupo missionário falando, melhor ainda. Isso sensibilizará o povo para que gaste bastante, achando que estão contribuindo com Missões, mesmo que na prática isso nunca aconteça.

7.0
Agora vem a parte que o povo mais gosta. Munido das mesmas táticas dos imperadores romanos, você tera que dar pão e circo ao povo.
Busque dentre os seus comparsas, homens que tenham contatos com outros cantores e artistas(estrelas)gospel que estejam dispostos a cobrar mais do que necessário. Isso mesmo, cobrar mais do que necessário. E claro, levar menos do que o que está contratado. Assim você poderá levar o resto do dinheiro lavadinho pelas mãos de crentes tão pilantras quanto você. Geralmente, já há uma láia de artistas gospel instruídos nessa área. Não se esqueça de trazer o artista de maior sucesso e colocá-lo pra cantar no último dia ou no sábado. Pois isso fará com que seu evento seja bem visitado.

Funciona mais ou menos assim:

Você contrata um cantor, ele cobra 20 mil pra cantar e louvar (sabe-se lá a quem). Ae você o faz assinar 50 mil, ele leva 25 mil e você fica com os outros 25 mil pra dividir com seus comparsas e com o prefeito, lógico. Ou você achava que o prefeito iria ficar de mãos abanando. Viu como é magnífico as contas, irmão. Aleluia. Jesus multiplicou o pão, porque você não pode "multiplicar" a verba.

8.0
No dia da exposição, crie uma áurea de mistério e de risco. Deixe entender que está acontecendo lutas para que o evento não se realize. Coloque algumas igrejas para orar. Use algumas rádios, mas têm que pertencer a outros Jacó's. Coloque alguns irmãos para ajudar no evento, mesmo que eles cobrem um trocado, não custa nada eles ganharem 50 reais por noite, você irá faturar mais de 100mil sem trabalhar nada.
Contrate seguranças, experientes e fortemente armados, com armas escondidas no banco de trás dos carros. Um evento desses, debaixo de sabe lá que senhor, você precisará se certificar de que tudo ocorra aparentemente bem.

9.0
Com relação as tendas, coloque uma tenda de oração. Peça ao povo que traga fotos, retratos de entes queridos que necessitam de oração. Lembre-se, você não precisará orar, basta deixar que seus "voluntários" orem pelos pedidos. Afinal, a palavra de Deus não volta vazia, mesmo sendo desferida em um evento totalmente pecaminoso.
Coloque algumas tendas de camelôs em volta do parque. Isso dará uma idéia de exposição. Como a maioria nunca visitou uma exposição, seu evento irá agradar ao povo, na maioria jovens e adolescentes querendo paquerar em um evento sem repreensão dos líderes.

10.0
Para finalizar, ore ou peça a alguém para orar no palco. Depois, bem instruído nas artes da teologia da prosperidade, peça uma oferta para ajudar nos custos do evento. Diga que é a hora do povo ser abençoado, que é hora do povo ser desafiado ou que é dando que se recebe, todo esse blá blá blá da prosperidade. Como ninguém sabe que você roubou tanta verba pública para realizar esta exposição, não ficarão acanhados em te ajudar a aumentar a conta bancária.
Você é Jacó, lembra?



*Texto escrito por Clovis Bate Bola retirado do Bloco do Clovis

quarta-feira, 13 de julho de 2011

A Casa Grande e a Senzala na terra dos Royalties


A Casa Grande e a Senzala ainda são realidades do cotidiano de algumas cidades da Região dos Lagos. É comum capitães do mato colocarem negros, no processo eleitoral, a "venda" para "senhores de engenho" quando visitam o "mercado de escravos" a procura do "exemplar mais sadio" para fazer a "oferta".

Um feito ainda mais trágico é ver que alguns negros, nascidos livres, se oferecem como "escravos" para os senhores barões prefeitáveis. Como se resolvessem fazer o processo inverso da liberdade em troca de portarias.

ENTENDENDO A DESCONSTRUÇÃO DA LUTA PELA IGUALDADE RACIAL

Negros colocados a venda - são os que hoje se oferecem como força eleitoral, mesmo que em detrimento do combate ao racismo.

Capitães do mato - são os que dizem encabeçar a luta pela igualdade racial, mas que na verdade só querem promoção pessoal e agradar aos seus senhores se mostrando fortes apoiadores do pleito de 2012.

Senhores de engenho - são os pré-candidatos que, detentores de forte esquema financeiro, circundam esses "mercados" a procura do melhor exemplar de negro capaz de alavancar sua votação no pleito de 2012.

Mercado de escravos - é um espaço de auto promoção para o pleito. Momentos em que a suposta "militância" se legitima como forte agente para o processo eleitoral. Nessas áreas, eles se banham com óleo para que suas curvas e músculos fiquem a mostra, como forma de provarem que estão "sadios".

Exemplar mais sadio
- seria um estágio em que o negro "militante" se mostra capaz de resultar em boa votação no processo eleitoral. Para isso, ele precisa estar rodeado de condições favoráveis e que lhes confiram bom estado de saúde no voto.

Oferta
- é dada pelo senhor de engenho a medida em que, no processo de compra dentro desses mercados de negros, ele se sinta convencido de que essa suposta "militância" não somente esteja no preço adequado, mas fiel à sua candidatura até o momento final das eleições.

Enquanto este cenário de completa submissão aos senhores barões do petróleo continuar a influenciar a luta pela igualdade racial, a população negra - que é maioria nas áreas de maior vulnerabilidade social - continuará a ser oprimida, ludibriada e, após o processo eleitoral, abandonada.

Antes que pense se tratar de um texto surreal, responda porquê os negros são maioria entre os que ganham piores salários, os que vivem em piores condições de saneamento básico, os que ocupam os cargos de menos capacitação profissional e os que menos têm assesso à saúde de qualidade. Coincidência da história ou há uma guerra de classes que tem colocado, com apoio dos capitães do mato, o negro às margens do processo de desenvolvimento econômico social?


* Texto escrito por Clovis Bate Bola. Retirado do Bloco do Clovis

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Mercador de Escravos


A última semana pode ser apontada como uma nova forma de ver e pensar o movimento negro de Cabo Frio? Vamos por partes, pois gostaria de tecer algumas considerações. Considerações de um militante que já percebeu em sua curta trajetória, a completa iniquidade de pretensos dirigentes que se colocam em um patamar de pessoas acimas de qualquer suspeita.

Pois bem, Terça-feira, dia 28 de junho, foi formada a Frente Afrodescendente de Cabo Frio no Charitas e Quarta-feira, dia 29 de junho, foi lançado o jornal Afro-Lagos. Duas ações consideradas importantes no seio da militância social. Um esforço válido de juntar militantes em prol de uma causa comum.

Adentrando nos detalhes o que vemos? Dois grupos que discordam fundamentalmente nas práticas de intervenção criando formas alternativas de atuação? Tentativa de se legitimar diante da sociedade já que a ONU estabeleceu 2011 como o ano do afrodescendente? Juntar velhos e novos militantes para uma renovação organizacional e sistemática da atuação étnica?

Quaisquer dos motivos citados poderiam encampar a formação da Frente e a criação do Jornal a não ser por vermos pessoas com suas representações de uma pessoa só, seus discursos insossos e suas lágrimas de crocodilo. Ah Fábio, pontuar isso é lugar comum. Tá bom, eu sei que é! Vamos focar outra coisa então.

Fatos relevantes para posicionamentos efetivos do militantes andam pipocando aos montes no Munícipio. Exemplos como o artigo do Anderson Macleyves e o artista que se pintou de preto, caricaturando a imagem do negro no evento Portinho Boêmio, deu pano para manga para a Frente ou o Jornal Afro-Lagos se colocarem como realmente relevantes no processo de afirmação e defesa do povo afrodescendente.

O que aconteceu de fato? O jornal Afro-Lagos foi lançado no Teatro Municipal, e em vez de uma menção ao triste artigo escrito pelo diretor do Teatro, pelo menos advertindo-o, foi feito agradecimentos pela cessão do espaço e pelo esforço de contribuição para a luta. Ah, sempre a luta. O Afro-Lagos poderia ser uma trincheira da impresa escrita para articulistas de cunho racista como o Macleyves né, mas pelo jeito, ele ganhará até coluna.

E o Portinho Boêmio. Além do fato de que no dia em que o artista racista se apresentou, representantes da Frente estavam dançando alegres e felizes, ainda se poderia cobrar uma dita representação da SUPIR cabofriense. Até agora nada e se aconteceu algo, por que não publicizar?

Sem contar um terceiro fato interessantíssimo.

Cabo Frio é um segundo Munícipio do Rio de Janeiro em relação ao trabalho escravo, e um dos responsáveis diretos pelo emprego de trabalho escravo na região, trabalhadores em sua maioria negros, são justamente as empreiteiras e quem é responsável por uma empreiteira do Munícipio? Um dos prefeitáveis que ao meu exemplo, compareceu aos dois eventos, porém, ao contrário de mim, fez campanha explicíta para as Eleições de 2012, aliás, se fazer campanha antecipada configura crime eleitoral, por que o prefeitável dono de empreiteira discursou apresentando propostas de governo?

Ai, ai, acho que minha análise parca dos fatos me posiciona de fato diante da Frente Afrodescente e do Jornal Afro-Lagos, ou seja, discutir em salas fechadas ou compilar textos em papel jornal não escondem o que pode estar por trás das ações.

Ações, prática, organicidade... Onde está? Diga-me, onde está? Só sei que eu tô lá, pode ir que eu tô lá...