terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Sombra - Homem Sem Face

Hey Fellas
 
 
Participei do clipe do Sombra gravado na cidade de Cabo Frio - RJ (minha cidade). Fiquei lá acompanhando e encantado com a estrutura e disponibilidade. Isso sem contar com a simpatia do Sombra e o elenco do clipe. Muito legal a parada. E muito bom ter participado. Dá uma conferida!
 
Créditos para Matilha Cultural e Olldog Produções.
 
SNJ é a sigla.
 
 

SOMBRA - O HOMEM SEM FACE from Matilha Cultural on Vimeo.

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Que Bloco é esse, eu quero saber!


Talvez a grande discussão atual seja a disputa pelo monopólio da Violência. O Estado com seu estardalhaço de tiros de borracha, bombas de gás lacrimogêneo e cassetetes. O manifestantes com sua tática de enfrentamento, os chamados Blacks Blocs, com suas pedras portuguesas, coquetéis molotov e ataque a instituições representativas do trânsito do capital e de pessoas, sendo o trânsito altamente deficitário.

Vândalos e baderneiros de plantão, não se entristeçam, os Black Blocs não fazem parte da sua turma. Eles são difusos e organizados, só que têm uma função específica: enfrentamento às forças militares do Estado para que o eco das manifestações tenha eficácia e a manifestação se disperse sem danos mais sérios.

Então, pelo assistido até agora, nenhuma pessoa foi ferida pela tática Black Bloc, apenas bancos, lojas específicas e ônibus foram depredados. O banco é a instituição simbólica da opressão do capital, as lojas quebradas, de alguma maneira, eram ligadas aos esquemas fraudulentos do Estado e os ônibus, bem, os ônibus... lembra dos 20 centavos?

Qualquer tática contra a opressão é válida? Sei lá, o Estado é bem equipado seja armamenticamente, seja midiaticamente. A garantia de monopólio sobre nossos destinos é óbvia e é mais óbvio a garantia de monopólio da violência.

As pessoas não têm mais direito de desobedecer! É, o que você fazia quando era pequeno e sua mãe dava umas palmadas ou o que você faz quando não tá a fim de cumprir uma tarefa qualquer é desobedecer. Não adianta, sabemos que você é desobediente.

Quando o povo dá indícios de desobediência ao Estado por discordar do tratamento recebido, olha a bagunça! E quando o povo adota uma tática de enfrentamento, aí dana-se tudo, acessos de fúria diante da violência sofrida não fazem parte de nosso staff enquanto nação.

Na época da espionagem e da vigília, usar máscara é crime inafiançável, e enquanto a grande mídia insiste em bater na tecla de a tática ser um movimento com liderança e estatuto, presos políticos são encarcerados com presos comuns e isso cheira a uma história já conhecida e cinebiografada. Aí cabe a pergunta: Hoje seria 400 contra 1?

Conglomerados, multinacionais, oligopólios e falcatruas definiram durante muito tempo o nosso modo de viver. Os blocos negros existem porque as ruas foram tomadas e ainda está se decidindo quem tem o direito de ocupa-las. Agora são só as ruas que precisam ser tomadas? Se não, os Blacks Blocs não vão dar conta!


quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Eu sou negro, lindo e Orgulhoso!

Em um período de afirmações e definições, defender sua identidade é fundamental pra sua autonomia. Por isso assistam Wattstax. Documentário essencial pra se entender que eu somos nós.







segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Armadilha Pedagógica - Parte I

Por Fábio Emecê


Todo qualquer impasse é construído a partir de uma não compreensão do que é o seu tamanho no espaço-tempo e do que o momento histórico. E toda reivindicação perde a legitimidade a partir do momento em que não temos mais o que apontar, senão o umbigo do outro. E qual seria a luta? Cortar as cabeças dos reles mortais ou do Leviatã?

Atirar contra o irmão ou atirar contra o sistema? É mais fácil atirar contra o irmão porque ele está do seu lado. E a força do impacto do tiro pode causar uma repercussão o suficiente para se pensar na sua importância no meio. Muito legal, mas o que muda de fato, mesmo?

Encarar o sistema e suas amarras de opressão seria fundamental para qualquer militante, primeiro para desnudar o senso comum do que seria o “sistema” e depois saber o que atacar, como atacar e porque atacar, depois saber que qualquer ataque por mais individualidade que se posssa ter, o resultado é sempre coletivo, atinge diretamente o coletivo.

Entender o sistema com uma estrutura ora institucional, ora psíquica, ora intelectual que favorece um grupo restrito que tem características fisicas, intelectuais e psíquicas bem definidas e afirmam isso de maneira categórica massacrando os diferentes deles.

E aí que entra a questão básica de entendimento para saber onde é que devemos apontar nossas armas, quem realmente legitima nossa fala e quem toma as decisões sobre nossos passos. Uma nova forma de nublar esse entendimento são as arenas pós-modernas que tem o ar de democracia travestido.

Lugares onde os grupos que teriam a mesma pauta, que tem algo em comum, que são semelhantes se encontram para se discutir suas pautas e a única pauta é a necessidade de se sobressair para justamente se submeter ao grupo opressor.
E lugares como esses seriam exatamente para apontar para o opressor onde ele precisa ceder para as coisas irem para o propósito de eqüidade ou até mesmo abalar as estruturas do sistema que o opressor mantém com tanto afinco.

Pois bem, estamos iludidos. Pensamos que participamos, pensamos que decidimos, pensamos que mudamos. E aí, o que faremos quando na arena não sobreviver mais ninguém? Ainda tá difícil enxergar que apontar a arma para nós mesmos para sobrevivência do mais forte só mantém um grupo coeso. Um grupo que não tem nossa matiz, nossa história e nossa vivência.

Acredita que sobrevive a essa armadilha pedagógica somente com seu esforço individual? Se acreditar, prepara-se pois o grupo é restrito e no máximo você irá servir para legitimar a hegemonia.

Não acredita? Tudo bem, eles não precisam e nossa coesão desmorona.

sábado, 31 de agosto de 2013

Rumpi Mondé

Tambor de Candomblé: Jovem Negro Carioca na lógica da rua e suas atratividades: Álcool, Drogas e Experiências Espirituais.
Filme Importante para nós!
Rumpi Mondé from Mondé Produções Publicações on Vimeo.

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Dicas Emecianas

Quase como uma receita semanal, vai algumas dicas de coisas interessantes para cair agregando. Sem resenhas chulas. Um disco, um livro, um filme. Só pra quem gosta!!



Um Disco














Um Livro
































Um Filme


                                                                                                     

domingo, 11 de agosto de 2013

Eu amo o Hip Hop, ainda!


Por Fábio Emecê



O que estamos pensando atualmente quando se trata de Hip Hop? E o que não estamos pensando?

Questões de contingência a parte, a diluição de atos informativos não permitem que nós tenhamos consistência diante que está acontecendo diante de nossos olhos. O que tá acontecendo, mesmo?

Construção de referência! Talvez seja o grande legado do Hip Hop Brasileiro. Jovens, pretos relegados a segundo, terceiro plano em nível de assistência estatal, descobrindo em forma artistíca a reivindicação e posicionamento político como fundamental para o enfrentamento.

Entenda isso como pessoas que não aceitam exatamente a normatização escolar, institucional e midiática e começam a evidenciar essa insatisfação. E não só isso, propõe novas formas de enxergar e viver no território, inclusive com a alusão a boicote de marcas que não os favoreciam e sempre atrelando o conhecimento como fundamental no processo de sobrevivência e vivência.

Lembro do brilho dos meus olhos quando descobri pessoas parecidas comigo, expressando seu descontentamento diante do caos sistêmico, através do Hip Hop e internalizar: era isso que precisava. Precisava pra gritar, ajudar, propor, enfrentar.

Consequências plausíveis dessa aceitação: Ser preto, deixar o cabelo se desenvolver, assumir a paixão pelos livros, enfrentar a timidez, olhar nos olhos do outro e viver em coletivo.

O conhecimento que tive, aderindo ao Hip Hop está se diluindo? Sei lá, há um descrédito em relação a se ter uma manifestação artística a favor daqueles que estão na parte de baixo da balança. Como se essa manistestação estivesse por demais saturada de defender aqueles que são indefensáveis.

Como se fosse obrigação aceitar que as pessoas tendo acesso ao consumo e ao bombardeio de informações é suficiente para ser formar bons cidadãos e para se alcançar esse patamar, depende basicamente de seu esforço individual. A famosa tríade foco, força e fé se torna mantra e esconde toda a perversidade de aceitar que o topo só é para alguns e quem não está no topo é porque não se esforçou o suficiente.

Sei lá, aprendi outra coisa com os mesmos que hoje dizem que temos que amenizar e aceitar as vantagens que o sistema oferece. Penso que aceitar essas vantagens é compactuar com o extermínio físico e psíquico da nossa juventude e ser tolerante e até mesmo achar normal o que acontece é perceber que a identidade, justamente a nossa identidade, não importa muito, desde que estejamos cercados de holofotes e badaluques.

Sinceramente, não é que quero pra mim, não é que quero pros meus, não é que almejo pra minha arte. Mesmo sabendo que meu olhar é meu olhar e se tem uma particularidade nisso, penso na fala do Doutor em Geografia Milton Santos, perguntado se ele tinha conseguido alcançar o que ele queria, ao final da vida, se ele tinha se tornado um cidadão. Enfático, disse que ele não era cidadão porque os semelhantes a ele não o eram.

O topo é pra todos e se todos estiveram no pódio e o mesmo não aguentar, que se caia e que todos estejam na horizontal. Precisamos de um contra-ponto, precisamos de uma resposta e de entendimento que toda cultura periférica é gerada para que o periférico tenha voz e poder. E ter voz e poder é significamente empoderar e amplificar seu semelhante.

Se o Hip Hop tá fugindo disso, tá na hora de mostrar que existem mulheres e homens que ainda acreditam. Eu acredito e você?



domingo, 4 de agosto de 2013

Não Limpe este Sangue!

Impactante! Em tempos de desobediência civil, o grande entrave do enfrentamento são as forças militares financiadas pelo Estado, sua legitimidade e seu sadismo. Filme impactante e didático. Assistam!




Baixa aqui: http://fbtorrent.net/diaz-politica-e-violencia-2012-br-2013-bd-rip-dual-audio/

segunda-feira, 15 de julho de 2013

Homem Vencedor


Homem vencedor foi gravado em meio a primavera árabe, como um impulso artistíco a algo feito por pessoas de sua geração, algo que sua inquietude sempre quis fazer e não se tinha ferramentas. A desobediência civil se atualiza e as formas de colocar isso, pelos recursos disponíveis, são múltiplas. Assim a Faixa de Gazah lança a série de Eps chamada “Desobediência Civil” e entende que é um componente mínimo, diante de um contigente que está nas ruas de alma em um punho, querendo uma nova lógica na balança imperialista. Produzido na Paraíba, João Pessoa, Bairro Mangabeira 7 no Estúdio do Rapper Pertnaz, em que foi feito a produção do beat, captação , mixagem e masterização, “Homem Vencendor” conversa diretamente com os brasileir@s que estão na rua atualmente e que Bouzizi seja agraciado e o legado dele seja honrado.



quarta-feira, 22 de maio de 2013

Urbaniza-se? Remove-se?


Ontem lendo alguma coisa de Drummond, lembrei da questão da "gentrificação" das favelas do Rio. Nomezinho difícil esse hein, mas leiam o poema e talvez a associação de significante e significado tenha sentido.

Urbaniza-se? Remove-se?

São 200, são 300 as favelas cariocas?
O tempo gasto em conta-las é tempo de outras surgirem.
800 mil favelados ou já passa de um milhão?
Enquanto se contam, ama-se em barraco e a céu aberto,
novos seres se encomendam ou nascem à revelia.
Os que mudam, os que somem, os que são mortos a tiro
são logo substituidos.
Onde haja terreno vago onde ainda não se ergueu
um caixotão de cimento esguio (mas se vai erguer)
surgem trapos e panelas, surge fumaça de lenha
em jantar improvisado.

Urbaniza-se? Remove-se?
Extingue-se a pau e fogo?
Que fazer com tanta gente brotando do chão, formigas
de formigueiro infinito?
Ensinar-lhes paciência, conformidade, renúncia?
Cadastrá-los e fichá-los para fins eleitorais?
Prometer-lhes a sonhada, mirífica, rósea fortuna
distribuição (oh!) de renda?
Deixar tudo como está para ver como é que fica?
Em seminários, simpósios, comissões, congressos, cúpulas
de alta prosopopéia elaborar a perfeita e divina solucão?

Um som de samba interrompe tão sérias indagações,
e a cada favela extinta ou em um bairro transformada,
com direito a pagamento de COMLURB, ISS, Renda,
outra aparece, larvar, rastejante, insinuante,
de gente que qual gente: amante, esperante, lancinante,
O mandamento da vida explode em riso e ferida.

Carlos Drummond de Andrade “Crônica das Favelas Nacionais”, Jornal do Brasil, 6-10-79

sábado, 11 de maio de 2013

Claustrofóbikstape 41








1- Knxwledge - Find a Way
2- Charles Bradley - Confusion
3- ClovisBateBola - Eu Vi o Barão Caindo do Cavalo
4- Medulla - Perigo
6- Orquesta El Macabeo - We Can Work
7- Hidden Orchestra - Seven Hunters

quarta-feira, 17 de abril de 2013

Claustrofóbikstape 39







Lista dos Sons

1- Bad Rabbits - She' s Bad
2- Bilal - Astray
3- Ba Kimbuta - Eu não te Pertenço
4- Bonobo - Heaven For the Sinner feat Erykah Badu
5- Projeto Ccoma - Xangô é Rei feal Di Melo
6- Quele Chris - Good Days
7- Tokimonsta - Green feat Andreya Triana

segunda-feira, 15 de abril de 2013

segunda-feira, 18 de março de 2013

Quarto de Despejo: O disco




Carolina Maria de Jesus nasceu a 14 de Março de 1914 em Sacramento, estado de Minas Gerais, cidade onde viveu sua infância e adolescência. Foi filha de negros que, provavelmente, migraram do Desemboque para Sacramento quando da mudança da economia da extração de ouro para as atividades agro-pecuárias.
Carolina foi mãe de três filhos: João José de Jesus, José Carlos de Jesus e Vera Eunice de Jesus Lima. Faleceu em 13 de Fevereiro de 1977, com 62 anos de idade e foi sepultada no Cemitério da Vila Cipó, cerca de 40 Km do centro de São Paulo.
Quanto a sua escolaridade em Sacramento, provavelmente foi matriculada em 1923, no Colégio Allan Kardec, primeiro Colégio Espírita do Brasil, fundado em 31 de Janeiro de 1907, por Eurípedes Barsanulfo. Nessa época, as crianças pobres da cidade eram mantidas no Colégio através da ajuda de pessoas influentes. A benfeitora de Carolina Maria de Jesus foi a senhora Maria Leite Monteiro de Barros, pessoa para quem a mãe de Carolina trabalhava como lavadeira. No Colégio Allan Kardec Carolina estudou pouco mais de dois anos. Toda sua educação formal na leitura e escrita advêm deste pouco tempo de estudos.
Mesmo diante todas as mazelas, perdas e discriminações que sofreu em Sacramento, por ser negra e pobre, Carolina revela através de sua escritura a importância do testemunho como meio de denúncia sócio-política de uma cultura hegemônica que exclui aqueles que lhe são alteridade.
A obra mais conhecida, com tiragem inicial de dez mil exemplares esgotados na primeira semana, e traduzida em 13 idiomas nos últimos 35 anos é Quarto de Despejo. Essa obra resgata e delata uma face da vida cultural brasileira quando do início da modernização da cidade de São Paulo e da criação de suas favelas. Face cruel e perversa, pouco conhecida e muito dissimulada, resultado do temor que as elites vivenciam em tempos de perda de hegemonia. Sem necessidade de precisarem as áreas de onde vem os perigos, a elite que resguarda hegemonias não suaviza atos e conseqüências quando ameaçadas por "gente de fora" (leia-se, "gente de baixo").
Essa literatura documentária de contestação, tal como foi conhecida e nomeada pelo jornalismo de denúncia dos anos 50-60, é hoje a literatura das vozes subalternas que enunciam-se, a partir dos anos 70, pelos testemunhos narrativos femininos.
Segundo pesquisas do professor Carlos Alberto Cerchi, Quarto de Despejo inspirou diversas expressões artísticas como a letra do samba "Quarto de Despejo" de B. Lobo; como o texto em debate no livro "Eu te arrespondo Carolina" de Herculano Neves; como a adaptação teatral de Edy Lima; como o filme realizada pela Televisão Alemã, utilizando a própria Carolina de Jesus como protagonista do filme "Despertar de um sonho" (ainda inédito no Brasil); e, finalmente, a adaptação para a série "Caso Verdade" da Rede Globo de Televisão em 1983.
A obra de Carolina Maria de Jesus é um referencial importante para os Estudos Culturais, tanto no Brasil (Mentira) como no exterior.



*Disco com composições dela: Link aqui ó: Download





terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Open Arms, Closed Doors (Braços Abertos, Portas Fechadas)

* Documentário Explicitando através de olhar de um Angolano radicado no Brasil, a situação da sociedade brasileira: Racista e Violenta


O racismo no Brasil pelo olhar de quem veio de fora, por Fernanda Polacow e Juliana Borges*

Discutir o racismo na sociedade brasileira sempre é um assunto controverso. Para início de conversa, uma parcela significativa da nossa população insiste em dizer que este é um problema que não enfrentamos. Somos miscigenados, multirraciais, coloridos. Como um país assim pode ser racista?
Foi essa a pergunta que o angolano Badharó, protagonista do documentário “Open Arms, Closed Doors” (Braços Abertos, Portas Fechadas), que dirigimos para a rede de TV Al Jazeera e que será veiculado a partir de hoje em 130 países, se fez quando chegou ao Brasil em 1997 esperando encontrar o Rio de Janeiro que ele via nas novelas.
Badharó é um dos milhares de angolanos que vieram viver no Brasil. Depois de fugir da guerra civil no seu país de origem, escolheu aqui como novo lar – um país sem conflitos, alegre, aberto aos imigrantes e cuja barreira da língua já estava ultrapassada à partida. Foi parar no Complexo da Maré, onde está localizada a maior concentração de angolanos do Rio de Janeiro.
Para quem defende que o Brasil não é um país racista, vale ouvir o que ele, um imigrante negro, tem a dizer sobre a nossa sociedade. Badharó não nasceu aqui, não carrega nossos estigmas, não foi acostumado a viver num lugar em que muitos brancos escondem a bolsa na rua quando passam ao lado de um negro. Depois de 15 anos vivendo numa comunidade carioca, ele tem conhecimento de causa suficiente para afirmar: “O Brasil é um dos países mais racistas do mundo, mas o racismo é velado”. O documentário segue a rotina deste rapper de 35 anos e mostra o dia a dia de quem sofre na pele uma cascata de preconceitos, por ser pobre, negro e imigrante.
Além de levantar o tema do nosso racismo disfarçado, o documentário propõe, também, uma outra discussão: agora que estamos nos tornando um país alvo de imigrantes, será que estamos recebendo bem esses novos moradores?
Com a ascensão do Brasil como potência econômica e o declínio da Europa, principal destino de imigração dos africanos, nos tornamos um foco para quem não apenas procura uma situação melhor de vida, mas para quem procura uma melhor educação ou mesmo um bom posto de trabalho. São muitos os estudantes africanos de língua portuguesa que desembarcam no Brasil. Segundo o Ministério das Relações Exteriores, Angola foi o quarto país do mundo que mais solicitou visto de estudantes no Brasil em 2012. Com esta nova safra de imigrantes, basta saber como vamos nos comportar.
Europeus e norte-americanos encontram nossas portas escancaradas e nossos melhores sorrisos quando aportam por aqui, mesmo que estejam vindo de países falidos e em situação irregular. No entanto, um estudante angolano com visto e com dinheiro no bolso, continua sofrendo preconceito. Foi este o caso da estudante Zulmira Cardoso, baleada e morta no Bairro do Brás, em São Paulo, no ano passado. Vítima de um ato racista, a estudante virou o mote de uma musica que Badharó compôs para que o crime não fique impune. Isto porque tanto as autoridades brasileiras quanto as angolanas não deram sequência nas apurações e o crime segue impune.
A tentativa de abafar qualquer problema de relacionamento entre as duas nações pode afetar as interessantes parceiras comercias que existem entre os dois governos. Para todos os efeitos, continuamos sendo ótimos anfitriões e estamos de braços abertos para quem quer aqui entrar.

Roosevelt Improvisada (As Minas Rimando)





4 MC's rimam na Praça Rosevelt, SP. MC's: Lívia Cruz, Taty BellaDona, BrisaFlow e Karol de Souza 
Beat: Duck Jay

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Aláfia




Batuque de umbigada, ensaio de escola de samba, jongo e baile Black podem ser as primeiras referências da memória. Uma banda de gente revivendo nos corpos que dançam, cantam e tocam, as muitas histórias do espírito da Terra. 
Na especificidade, no entanto, Aláfia cria uma performance que perpassa a inteligência do canto e da harmonia, do lirismo poético e exemplar concepção de arranjos de base influenciados pela música preta de todo o planeta - já que a antiga relação África Brasil, tendo como contraponto os EUA, é constantemente revisitada dentro de um tempo onde não mais os carros de bois e negreiros nos movimentam e sim a banda larga. 
A exemplo dos cultos ancestrais de tradição oral, em que o fundamental é o repasse do conhecimento mítico, Aláfia vem desenvolvendo linguagem absolutamente particular utilizando-se não apenas das conhecidas e pertinentes estruturas musicais de todos os tempos, mas também inserindo novas e por vezes inusitadas pitadas de diversas expressões artísticas. 
Considera-se fator fundamental para o ineditismo que se instaura em cada apresentação da banda, essa aliança entre os contextuais elementos da música tradicional e a “musica contemporânea”, buscando convivência plena entre o novo e o antigo bem como alternâncias entre a rítmica das palavras e o próprio canto, um importante elemento de percussão melódica. 
Composta por baixo elétrico, bateria, percussão, metais, guitarra, violões e voz, Aláfia busca a atenta, espontânea e progressiva ocupação de uma sonoridade que identifique-se como atemporal. O revezamento entre batidas silenciosas e grooves efusivos, spokenword e arranjos elaborados constantemente ao longo dos ensaios e shows faz com que a banda crie-se e renove-se a cada canção. 
Em fase de pré-produção de seu primeiro disco que será gravado ao vivo, Aláfia pretende manter a idéia principal do processo de criação: a junção do hip-hop, com música tradicional , a imagem e a presença do MC, os vocais à frente e constante inspiração no jazz. O batuque acaba nunca. 

Texto: Serena Assumpção

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Fábio Emecê - Retrato Falado


21 de janeiro de 2013 – Itapetininga/SP. O Estúdio FyaBomb Records fervendo. Dabliueme, Fábio Emecê e Clovis BateBola trocando ideia, algumas audições de instrumentais e eis que Fábio Emecê começa a rabiscar algo e surge a “Retrato Falado.”
“Retrato Falado” fala sobre pessoas que querem destaque de qualquer maneira e usam todo qualquer tipo de artifício, mas nunca se importando com a força do cotidiano, tão definidora da nossa persona e ação. Sendo assim, não passam de retratos falados diante do contexto da realidade objetiva e desafios práticos.
Cadê seu retrato falado? Alguém te desenhou hoje? Lembrou de você? Enfim, tolo somos nós que não servimos para ensinar...


quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Claustrofóbiskstape 36





1- Onra - Second Chance
2- Dabliueme - Burn
3- Ulax MC, Slow da BF e Marcão Baixada - Os Reis da Nova Era
4- Osekre - Why Are You Here
5- Afrobombas - De Sal e Sol Eu Vou
6- André Zovão - Ensinamentos
7- Hiatus - Shenidan feat Dariush and Hayedeh

Baixaê: Download

Afro Punk

Dando uma passeada por esse link: www.afropunk.com, achei uns vídeos interessantes que vale a pena compartilhar, mas se quiser, dá uma chegada, vale a pena!!


segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Abutre

Bom, um breve comentário sobre o livro do Gil Scott - Heron:

Um livro que relata o gueto novaiorquino sobre o prisma de vários atores sociais, sujeitos a vulnerabilidade, suscetividade, idolatria, depressão, esperança... ou não. Corpos e Almas pretas em busca de uma identidade reclusa nos ideários racistas de uma era de propostas de luta e revolução.
Leia, pois a revolução não será televisionada.


sábado, 26 de janeiro de 2013

SABOTAGE: O MAESTRO DO CANÃO


Documentário trata da vida e morte de Mauro Matheus dos Santos, o SABOTAGE. Dirigido por Ivan 13P e produzido por Denis Feijão e Ivan 13P o filme tem lançamento previsto para o segundo semestre de 2013.

O objetivo do documentário é resgatar um pouco da singularidade musical e da versatilidade midiática de um artista que se tornou admirado e querido nos mais diversos meios e em pouco tempo se consagrou como um dos nomes mais importantes do rap nacional.

Realização: 13 Produções e Elixir Entretenimento


quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Febre do Rato

Vamos voltar as postagens, pois tá muito parado isso aqui. Rs 
Percorrendo o youtube, descobri o último filme do Cláudio Assis bonitão, completinho, uma uva.
Para quem é artista, marginal, sempre disposto a desconstruir o senso do real que sempre nos sufoca.
Com vocês: Febre do Rato!!!



domingo, 13 de janeiro de 2013

Claustrofóbikstape 35




1- Bad Brains - Popcorn
2- Ellen Oléria - Testando
3- Cody Chesnutt -Don`t Wanna Go The Other Way
4- Rafael Castro - Lixo
5- Céu - Blues
6- Rapsody - The Drums
7- Vitor Araújo - Solidão N° 4

Baixaê - Download

terça-feira, 1 de janeiro de 2013

Clovis BateBola - O profeta da última hora



Nos dias em que a criminalização da pobreza vai alcançando o seu ponto mais alto, as vésperas da Copa do Mundo e das Olimpíadas as igrejas evangélicas surgem como as únicas saídas para os pobres predestinados a morte pela indústria das drogas nas áreas de conflitos do Estado do Rio de Janeiro,.
Em "O profeta da última hora", Clovisbatebola faz uso das batidas fortes do dubstep e da poesia para apresentar o Single que relata um pouco da realidade do mundo das drogas ilícitas Aprofundando o debate sobre criminalização das áreas de maior vulnerabilidade.
Neste single Clovisbatebola faz novas experimentações musicais mesclando sua voz aos graves intensos do Dubstep e apresenta uma arte oriunda de um mundo moldado pela violência, exclusão social e religião como válvula de escape nas áreas escolhidas para efetividade da máquina punitiva do Estado. Realidade onde a elite racista brasileira antagonista o papel de usuário feroz disposto a tudo para manter suas necessidades.
Este single abre caminho para o novo EP do Clovisbatebola que será chamado "Descriminalização da Pobreza", cujo lançamento está previsto para o fim de fevereiro pelo selo Faixa de Gazah.