domingo, 27 de março de 2011

Lista das 10 pessoas mais homofóbicas do BRASIL




As frases em vermelho são comentários do Bloco do Clovis.Da mesma forma que as ONGs e veículos de comunicação do exterior, apresentamos uma lista com as 10 pessoas que são publicamente contra os homossexuais e que de alguma forma expressaram homofobia. A lista está repleta de políticos, principalmente parlamentares ligados a igrejas evangélicas.

Quem encabeça a lista é o senador Magno Malta (PR-ES), que afirmou que o movimento gay quer criar um império homossexual e que ser gay é pecado. Magno Malta faz vista grossa no Senado para os projetos que apoiam os gays. O senador é o responsável maior pelo trancamento de pautas importantes para os Direitos Civis dos homossexuais. Há 15 anos está no Congresso o projeto de lei que prevê a união estável de pessoas do mesmo sexo e há quatro anos tramita uma lei que criminaliza a homofobia e equipara o preconceito contra lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros ao preconceito racial.

Confira a lista e a razão de cada inclusão:

1º – Magno Malta – Senador capixaba, opositor ferrenho do projeto de lei que equipara a homofobia ao racismo. (Fez um ótimo trabalho dentro da CPI da pedofilia, mas derrapa feio quando fala sobre liberdade sexual, se ficasse calado teria sido mais benéfico para a igreja)

2º – Silas Malafaia – Pastor da Assembléia de Deus, que mantém um blog em que ofende e chama homossexuais de abominações. (Pilantra convicto, seu único alvo é dinheiro e poder. Seu discurso moralista e espalhafatoso serve como teatro para camunflar suas ações no submundo da política, como o apoio a campanha de deputado escravagista e políticos envolvidos com crime organizado).

3º – Walter Brito Neto – Deputado Federal pelo PRB-PB que propôs um projeto de lei para impedir casais homossexuais que adotem crianças. (Outro que calado seria um poeta. Confunde a prática religiosa com o Estado laico. Bem feito para quem o elegeu.)

4º – Bispo Rodovalho – Deputado pelo DEM/DF, promoveu uma manifestação contra a provação do PL 122 que prevê a criminalização da homofobia. (O que esperar de um sujeito que leva a Mulher Melancia para uma viagem particular bancada com dinheiro público? Moralismo é a arma desses pilantras gospels para conseguir apoio do segmento evangélico).

5º – Júlio Severo – auto-intitulado ativista cristão. Em seu blog, promoveu calúnia contra ativistas gays e a intolerância, saiu do país em março de 2010, segundo seu blog para não responder a uma denúncia do MP. (Um cara que se auto intitula pastor sem ter ovelhas, expressa uma postura de extrema direita contra minorias, movimentos sociais e partidos de esquerda, não deve ser levado a sério).

6º – Rosângela Justino – psicóloga que prega a terapia de conversão. Proibida de falar sobre seus métodos desde 2009, após sofrer Censura pelo Conselho Federal de Psicologia, pode ainda perder seu registro profissional. (Já deveria ter perdido o registro profissional há muito tempo por confundir psicologia com fé pessoal, mais charlatanista impossível).

7º – Marcelo Crivella – Senador pelo PRB-RJ. Afirmou que a homossexualidade “é antinatural” e faz campanha contra leis que garantem direitos aos gays. (O que esperar de um político construído dentro da igreja Universal? O que esperar de um parente de Edir Macedo? O que esperar de um político cantor que apoia toda sorte de sujeira no meio político, como candidatos ficha podre envolvidos com tráfico de drogas, regime de trabalho escravo, entre outras abominações?).

8º- Roberto Requião – Governador do Paraná. Além de ofender os gays publicamente com brincadeiras de mau gosto, seu governo levou o estado a ser campeão de crimes contra homossexuais e não há nenhuma lei que combata o crime de ódio contra homossexuais no estado. (Merece uma CPI sobre seu governo, um processo preconceito e nunca mais concorrer a cargo nenhum).

9º- Marcelo Dourado – do BBB10, disse que a lésbica Angélica deveria apanhar por ser abusada e por diversas vezes pregou a violência. (O BBBs e Pedro Bial são tão tacanhos que dispensam comentários).

10º- Juiz Manoel Maximiano Junqueira Filho, da 9ª Vara Criminal de SP. Julgou em 2007 o caso Richarlyson e afirmou em sentença de arquivamento que futebol não era jogo para homossexuais e que gays deveriam fundar uma federação – o magistrado está Censurado desde 2008 pelo Tribunal de Justiça paulista. (Como o fim de todo juiz é aposentadoria precosse e não há outra solução prevista contra esses semideuses, acho que um levante de massa contra a estadia dele no cargo seria de bom tamanho. Tá na hora de os movimentos GLBTs passarem a ter passeatas e manifestações de cunho mais ativista e político do que simplesmente dança em trio elétrico).

Retirado do Bloco do Clovis

Fonte: Gnotícias

sábado, 19 de março de 2011

As raízes do rap, por Mumia Abu-Jamal

Data: 18/03/2011


Charlie Parker com Miles Davis
O escritor Richard Wright
O historiador John Blassingame
17 de julho de 2001

"´A música é tua própria experiência, teus pensamentos, tua sabedoria. Se você não a vive, não sairá do teu sax`
Charlie Parker, o Bird, famoso saxofonista negro do jazz norte-americano

Quando o rap surgiu em cena, chegou sem convite, como aquele tio doido: gritalhão, descuidado, mas ainda assim era da família.

Chegou como um filho bastardo: descarado, forte, ardente de cor, desafiando a todos a ignorá-lo.

Apareceu ao mundo, mordendo e grunhindo e berrando até atingir a consciência.

Não podia ser mais indesejado, por muitos de mentalidade envelhecida. Quando, nos anos 80, se derrubou a ´festinha da firma` das grandes corporações, o rap avançou contra a névoa rosa, doce e confortável promovida durante uma época que hoje preferimos esquecer: a música disco. A disco era a eletrificação, a computadorização, a fofização e a involução de uma música urbana em que se havia produzido uma tendência ao aumento da consciência social. A disco era a mercantilização do r&b e do funk, edulcorando seus rugidos e sua pegada.

Quando o reggae estava no auge, o lado B de muitos discos de sucesso trazia uma versão instrumental sem as letras [N.T.: o que era comum na Jamaica, com as versões ´dub` das canções de sucesso]. Alguns hábeis DJs jamaicanos começaram a recitar suas próprias rimas com essas batidas no fundo, nascendo assim o toasting. O reggae, o ska, o mento e o calipso já tinham desde sempre uma forte tradição de críticas ácidas (e bem-humoradas) sobre o conflito entre os com-tudo e os sem-nada.

Esse espírito de crítica sociopolítica chegou aos afroamericanos que compartilhavam com os afrocaribenhos os bairros de Queens, Flatbush, Bed-Sty, South West Philly. Esse espírito foi absorvido por eles, e, para muitos adolescentes, parecia mais atraente que o champanhe melado da música disco. Era muito mais real.

Como já tinha acontecido com seus mais velhos e seus ancestrais,essa geração produziu e criou uma forma de música que tinha a ver com a realidade que viviam. Uma música crua, porque sua realidade era bruta. Se era raivosa, era porque a raiva é a resposta natural à repressão.

Essa música só começou a suavizar-se, quando, como ocorria com a música disco, se envolveram aí os interesses empresariais da indústria do disco, que trataram de apagar, tendo em vista seus interesses comerciais, tudo o que pudesse parecer polêmico, para assegurar, assim, uma audiência mais ampla, ou seja, um mercado consumidor maior.

Cada geração cria sua própria música. Anos atrás, o aclamado escritor negro Richard Wright escreveu, em "12 Milhões de Vozes Negras" (1941): ´Nosso blues, jazz, swing, boogie-woogie são nossos hinos (spirituals) na selva de pedra, são nosso desejo de liberdade e de igualdade de oportunidades, uma expressão de perplexidade e desespero perante um mundo que nos apaga.`

E quando essa cultura criou uma música para dar a voz aos esforços próprios de um povo, os interesses das corporações tentaram adoçar, homogeneizar e desnegrizar o que era uma criação cultural, com o propósito de convertê-la em mercadoria. A cultura não pode ser vendida, mas os objetos, sim.

De onde vem a mestria oral mostrada pelos rappers? Nada aparece do nada.

Faz um século, durante os tempos da escravidão, os homens e mulheres jovens se comprometiam por meio de um ritual de paquera maravilhoso por seu engenho e doçura. O historiador John Blassingame, em seu "The Slave Community" (´A Comunidade Escrava`) conta como o povo seguia se socializando em meio à brutalidade da escravidão.

´Ele: Minha querida senhorita, tens alguma objeção a que eu coloque minha cadeira ao seu lado e faça girar a roda de minha conversa ao redor de seu eixo de compreensão?

Ela: Não tenho nenhuma objeção a um cavalheiro que se dirige a mim de forma apropriada, querido senhor.

Ele: Minha querida senhorita, o mundo é um lúgubre deserto repleto de animais vorazes, e a senhora aprendeu a atravessá-lo.`

Essa é a ´brincadeira rap` de um povo que se amava em um mundo que não os amava. Talvez tais raízes possam manter saudáveis os frutos que hoje vemos e escutamos."

Do corredor da morte, aqui é Mumia Abu-Jamal


Retirado do site Central Hip Hop

quinta-feira, 10 de março de 2011

Entrevista com os Pontos de Ex-Cultura da Região do Lagos - Continuação...



A discussão sobre os Ex – Pontos de Cultura movimentou a classe artística regional, tendo eco no Bloco do Clovis e isso me fez pensar, mas nada melhor do que pensar tomando um açaí que é feito perto da praia do forte. Passando pela praça Porto Rocha, eis que encontro o Imperador Julius César, presidente da Tripal. Ah, tive que aborda-lo.


Eu – Julius César, como vai meu querido?

Julius César – Ave Julius, e não sou querido da ralé

Eu – Tá certo, tá certo. E as metas, imperador, como andam?

Julius César – Metas, sim, o Castelo anda sendo contruindo com toda a pompa e requinte. Inclusive temos uma própria usina transformadora.

Eu – Estava incluindo no projeto mandando para o Ministério da Cultura?

Julius César – Não, mas eu sou imperador, faço o que eu quero nobre plebeu, aliás, já pagaste o imposto? Estou sentindo falta de sua contribuição, mandarei os guardas te prenderem.

Eu – Como assim? Eu pago impostos, mas a Tripal tem que prestar contas.

Julius César – Insolente! Como ousa? Os guardas invadiram sua pocilga e será preso na masmorra.

Eu- Desculpe – me imperador, mas vivemos em uma democracia e o seu Ex- Ponto de Cultura precisa dar respostas a sociedade, inclusive com o prognóstico dos gastos dos 3 anos de verba. São 60 mil reais por ano, não.

Julius César – Insolente, Insolente! O castelo está sendo reformado, os bonecos estão sendo alimentados e as dançarinas estão participando das festas dos bacantes. É isso que gostaria de saber? Se não for, não importa. Saia da minha frente.

Eu – Mas, mas...

Julius César – Nem mais, nem menos ralé, agora tenho um encontro com um dos artistas mais sensacionais dos ultimos tempos, Yuri Gagari. Não desejo mais lhe dirigir a palavra...


Sou abordado por dois brutamontes que me apontam uma direção diferente do seguiu o Imperador Julius César, presidente do Ex-Ponto de Cultura – Tripal


...

quarta-feira, 9 de março de 2011

Homenagens - Shad homenageando Pharcyde

Releitura do Shad




Agora assistam a idéia original




Lembrando que a idéia, ou elucidando que idéia é uma parceria do Pharcyde com diretor Spike Jonze.

É isso. E querem engessar o rap...

sábado, 5 de março de 2011

For Colored Girls


Bom, acabei de assistir um dos filmes mais fantásticos da minha vida. For Colored Girls do diretor Tyler Perry conseguiu superar todas as minhas expectativas e ainda por cima me fez ver o quanto é importante se valorizar a preta que está ao seu lado. Com uma dinâmica e uma carga emotiva assustadora, o filme perpassa a vida de 9 mulheres negras, intercalando com poemas que retratam toda a parte sensível da mulher negra em uma sociedade sexista, classista e racista. Com uma pitada dos filmes de Guilhermo Arriaga, a vida das mulheres se cruzam sendo que ao final tem-se uma cena das mais bonitas que eu vi na sétima arte. Exageros a parte, palmas para o Tyler Perry, que já tinha me chamado a atenção com um filme que foi toscamente traduzido, chamado "Reunião em Família", em que é abordado o universo feminino negro, ainda que com uma pitada de amor e agora vem com essa pérola.
Assistam e tirem suas conclusões. Durmirei na certeza que foi bom ter baixado esse filme!

Link para baixar

Karol Conká