quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Podcast N° 5








Bloco 1

Matisyahu - Lord Raise me up
Nação Zumbi - No Olimpo
O Eremita - O mundo é meu terreiro


Bloco 2


Nneka - Something to say
Isaar - Olhos de Dendê
Tulipa Ruiz - Só sei dançar com você


Bloc0 3


El Efecto - Cabrais
Cabruêra - Magistrado Ladrão
Bezerra da Silva - Judas Traidor


Bloco 4

Oddisee & Ken Starr - Q & A
Criolo Doido - Grajauex
Kdu dos Anjos - Faixa Amarela
Eric Magnus - Largado (Remix)

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Podcast N°4




Bloco I

Arthur Verocai - Pelas Sombras
Paulo Diniz - Mito Solar da Noite
Di Melo - Se o Mundo Acabasse em Mel


Bloco II

Thiago El Niño - Possibilidades
Felipe Além - Nas Ruas
Zudizilla - Vida


Bloco III

Willian Evans Jr, Akrobatik e Mr Lif - Looking in
Rael da Rima - Eles não Estão nem Aí (Remix)
Miguel Atwood with 60piece Orchestra - Stakes is High (feat Posdnous e Talib Kwelli)

domingo, 5 de dezembro de 2010

Carta Aberta a Cultura da Madrasta Terra.


Venho por meio desta carta, expressar toda minha insatisfação a maneira como é gerida a cultura e cessão dos espaços para a prática das práticas culturais aqui em Cabo Frio – RJ. Não espero muita coisa com essa exposição, além de liberar toda uma raiva contida e talvez tenha a pretensão de fomentar uma reação mais objetiva ao que está rolando na cidade.

Para contextualizar, eu sou Fábio Emecê, Mc do grupo de Rap Cabofriense Bandeira Negra, além de escritor, poeta e professor de Língua Portuguesa. No dia 04 de dezembro fomos escalados para tocar no corredor cultural do Charitas, junto Taz Mureb e Amerê, Psilosamples(MG) e Marcos Geres e Cleber Dantas(SP).

Chegamos no evento as 19 horas, horário marcado, e recebemos a noticia de que não se iria rolar as atividades, pois a polícia tinha embargado. Muito estranho. 20 horas o evento começa com os artistas fora da cidade se apresentando. Detalhe: Som baixo.

Chega um representante do evento e nos diz a seguinte versão: O atual coordenador/secretario de eventos da cidade, por não ter autorizado a atividade no Charitas, usa de sua pretensa autoridade e contato com a policia militar e proibi a realização com a condição de liberar caso liguem para ele e peçam caridosamente. O atual secretario de cultural realiza esse esforço herculeo e a atividade é autorizada. Com uma condição: Som baixo para não incomodar os “vizinhos”.

Pois bem, para começar uma questão, se houve esse problema, por que anunciar no site oficial da Prefeitura, e a independência da casa de cultura da cidade? Onde fica?

Continuando: os sons rolando e uma cobertura de filmagem. Quando o Bandeira Negra vai tocar, a filmagem e desmontada, a Taz Mureb se retira do evento e no meio da nossa apresentação, somos interrompidos, pois o horário foi extrapolado.

Segunda questão: Fins de semana o som pode ficar alto até as 2 da manhã. Terceira questão: é a quarta vez que isso acontece na cidade, pelos arredores do centro com relação a uma apresentação de Rap/ ligado a cultura Hip Hop. Fora esse cerceamento de horário, já que frequentando outros eventos e essa restrição não rola de fato.

Fica aqui todo o repúdio a maneira como está sendo conduzida a cidade: a cidade anti-cultura, anti-educação e anti-trabalho. Se não houver uma reação objetiva com relação aos desmandos da cidade, ficaremos sem ter um lugar digno para convivência.

Como artista local e independente, me recuso categoricamente a baixar a cabeça para os coronéis do novo século cabo-friense, para tentar fazer algo descente e de qualidade. Até porque se for baixar a cabeça, a qualidade não será um dos quesitos que será apreciado.

Prestem atenção amigos e amigas, ser cabo-friense e ser pensante e morando em Cabo Frio não é uma boa opção hoje em dia. É para continuar assim? Não haverá reação?

Jamais me calarei diante as arbitrariedades que acontecem na cidade e se quiserem cercear os espaços de atuação, continuem. Essa boca, esse coração e essa alma jamais irão calar.

É isso!




Fábio Emecê – Mc do grupo de rap Bandeira Negra, Coletivo H2A, Escritor, Poeta, Professor de Língua Portuguesa e indignado com o cenário local.

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Vila Cruzeiro - Versão do morador..




Como sempre é válido ouvir o lado oficial e o não oficial, assistam o vídeo e tirem suas próprias conclusões...

sábado, 27 de novembro de 2010

Podcast N° 3 - Especial Consciencia Negra - outro link





Bloco 1

1 - Uafro - Dito
2 - F.ur.T.O - Mental Combate
3 - Dom Negrone - Quilombo XXI


Bloco 2

1 - Dead Prez - I`m a African
2 - Opaninjé - Encruzilhada
3 - Sabotage - Mun - Rá


Bloco 3


1 - Dead Prez, Talib Kwelli e Jorge Ben Jor - Suffering and Schmilling
2 - Nação Zumbi - Bossa Nostra
3 - NneKa - Africans

Trilha sonora da ação das "Forças do Bem" do Estado

Porra, depois de uma capa bizarra do jornal dito popular, "Meia Hora" com uma carta de rendição para as chamadas forças do bem do Rio e outro jornal dizendo para se guarda a capa e passar para os netos o momento que a violencia carioca ia ter fim, eu me pergunto o que nos espera em um futuro próximo.
60 pessoas mortas no Complexo do Alemão só hoje? Vão apurar para saber a origem dos mortos?
Ação energética né... Estamos na merda, isso sim! Assepcia estatal!


terça-feira, 23 de novembro de 2010

Podcast N° 3 - Especial Consciencia Negra



http://fabioemece.podomatic.com/ Clique no link e escute o podcast...


Nem vou dizer muito sobre... escutem



Bloco 1

1 - Uafro - Dito
2 - F.ur.T.O - Mental Combate
3 - Dom Negrone - Quilombo XXI


Bloco 2

1 - Dead Prez - I`m a African
2 - Opaninjé - Encruzilhada
3 - Sabotage - Mun - Rá


Bloco 3


1 - Dead Prez, Talib Kwelli e Jorge Ben Jor - Suffering and Schmilling
2 - Nação Zumbi - Bossa Nostra
3 - NneKa - Africans

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Dinheiro pra dividir... Não para separar




No dia 12 de novembro, comemoramos o Dia Mundial do Hip-Hop. Em meio aos poucos eventos especiais e celebrações dos 36 anos da cultura de rua e aos quase 30 anos do hip-hop brasileiro, muitas questões foram abordadas para pontuar quais mudanças significativas ocorreram no rap.

Se por um lado a estagnação econômica e a falta de espaço para eventos ainda são parte da realidade da cena rap brasileira, o respeito como arte transformadora que integra um movimento cultural e a veia política do canto falado são as principais conquistas desse elemento do hip-hop. Nestes 15 anos de internet no Brasil e, aproximadamente, 12 anos de mídia alternativa do hip-hop na web, parte da história do hip-hop foi registrada e revisitada graças ao avanço tecnológico, que foi seguido pelo barateamento do acesso ao meio digital. Muitos estilos foram desenvolvidos dentro do gênero rap, novos discursos surgiram e velhos problemas foram abordados. Diante do processo intenso de mudança sócio-econômica global e da transformação da produção musical vinda dos EUA, posturas e ideias mudaram, mas, ao mesmo tempo, foram fortalecidas as formas de resistência dentro da cultura hip-hop. Mudança e resistência dentro do movimento são fenômenos registrados em sites, blogs e redes sociais. Tensões internas e externas influenciaram e influenciam o jeito de se fazer rap no Brasil.

Atualmente, o cenário é diversificado, mas até que ponto chegou essa expansão? Essa diversidade é aceita como algo positivo para a cena hip-hop?

Era dos extremos

Do ponto de vista da comunicação, as relações entre os artistas do rap e a mídia têm se intensificado. MCs, DJs e suas assessorias articulam entrevistas e apresentações em canais de TV e fazem parcerias com grandes selos e gravadoras, fatos que mostram a possibilidade da criação de um mercado forte.

No passado, as relações de mercado foram pouco discutidas pelos artistas e militantes do hip-hop. Por ser um movimento de cunho político e social com viés periférico, a necessidade da remuneração do MC ou DJ, entre outros profissionais da cultura de rua, as negociações dos cachês e a importância da circulação do dinheiro de maneira sustentável, apesar de sempre existirem, eram questões pouco abordadas.

Atualmente, temos uma geração de artistas que afirmam que fazem dinheiro em todos os momentos da vida e aceitam o consumismo e o imediatismo como algo que já faz parte da realidade dos jovens brasileiros, vivendo uma versão brasileira do “I get money” dos rappers dos EUA.

Nosso hip-hop também abriga artistas empreendedores que lançam seus selos, criam empresas e comercializam seus produtos de maneira independente, mas não usam o sucesso financeiro em suas rimas. Grupos dos anos 1990, que são a base da cultura, voltam ao cenário graças ao ambiente mais favorável que a “Nova Escola” proporcionou com sua continuidade e criação diferenciada.

Apesar das diferentes formas de tratamento, todos os artistas reconhecem a importância do dinheiro para o fortalecimento do rap no Brasil. A busca pela profissionalização passa pelos caminhos do equilíbrio, da ponderação e da sustentabilidade. Entretanto, o que observamos é que a ideia do “rap verdadeiro” é utilizada por vários artistas e militantes como forma de dominação. Neste caso, o rap não é nada democrático, pois procura ditar o que tem de ser falado, como tem de ser falado e em que tipo de instrumental tem de ser feito. Resumindo, a diversidade é uma realidade, mas alguns (de diferentes épocas, escolas e posicionamentos políticos) não querem que ela exista. Não trato aqui do discurso característico do MC que prega a superioridade em suas rimas. A conversa é outra.

Impor apenas um estilo de rap em detrimento da diversidade é não aprender com a história, é negar tudo o que foi desenvolvido até aqui. É uma forma de deixar o circuito de shows, eventos e tudo o que fortalece a economia nas mãos (e bolsos) de poucos. Por enquanto, esse é um pedaço do futuro que estamos construindo.


Por Cortecertu

domingo, 21 de novembro de 2010

Dia da Consciência Negra - Liberdade incondicional


Para mim, uma das melhores formas de aprender é conversando. “Ninguém educa ninguém. Os homens aprendem entre si”, dizia o Paulo Freire. É por isso que, há muitos anos, prezo o diálogo como forma de texto. Conversa, como tanto consagrou o rap, com grupos em que há dois MCs. Por isso, diálogos como este que apresento a vocês agora vão ser uma das minhas formas recorrentes de ocupar este espaço.

Uso os diálogos, também, porque eles me servem pra reafirmar que não estou aqui para posar de professor. Escrevo para o Central Hip-Hop, como escrevia para o Real, ou como escrevi O Livro Vermelho do Hip-Hop, porque o hip-hop me parece uma espécie de centro gravitacional atrator de gente inteligente, com quem se pode discutir e colaborar. E é com gente inteligente que, de uma forma ou de outra, conheço via movimento, que vou dialogar aqui.

Apresento a vocês Banto Palmarino, parceiro que trabalha na implementação de telecentros públicos à base de software livre Brasil afora. A gente se conheceu entre Piauí (em 2005, quando dois eventos paralelos sobre essa temática da inclusão digital rolavam por lá - salve, MHHOB!) e Brasília, onde morei até 2008.

Banto, para mim, é um exemplo de que a coisa é “maior que o hip-hop”, como canta o Dead Prez. Ele não é MC, nem b.boy, nem grafiteiro, nem DJ, mas tem o espírito do movimento em tudo o que faz. Sobretudo, o que admiro demais, é um camarada que aprendeu as coisas sem precisar da escola formal. Eu, como cara que teve sucesso na escola formal, sempre andando na linha e depois fazendo faculdade, mestrado e agora doutorado, admiro muito quem não teve essas facilidades e, mesmo assim, aprendeu o que quis na vida. Para mim, é mais uma amostra de que inteligência não tem nada a ver com escola. Muitas das pessoas mais inteligentes que conheci na vida não frequentaram escola. Isso, tampouco, quer dizer que escola não seja importante (longe de mim ser hipócrita): escola é oportunidade, e, para o Brasil chegar a ser algo digno de ser chamado de democracia, ela tem que ser posta para todos, para cada um escolher se quer entrar nela ou não.

Também propus a Banto fazer esse texto em forma de conversa porque aprendo muito com as conversas que temos, nesses cinco anos que nos conhecemos. No texto que segue, há várias referências a conversas anteriores. A mais importante é à obra de Frantz Fanon*, autor fundamental, que imagino que muita gente que nos lê agora já conheça.

A essência, a conclusão da conversa, para mim, é o que está no título: quando se ganha a liberdade, não pode haver condições: ou é liberdade, ou não é. Para mim, tem tudo a ver com o debate que poderíamos fazer sobre a atitude de muita gente do hip-hop quando ganha dinheiro com a arte e obtém ascensão social. Não estou falando de um debate da USP, de classe média: já vi, com meus próprios olhos, muita discussão sobre isso em evento do movimento lá no coração da periferia, e isso já tem pelo menos uns dez anos que acontece. Mas vamos à conversa, que foi realizada por e-mail:

Spensy: Salve, professor! Eu começaria com uma provocação. Sempre achei a sua formação pessoal muito interessante porque você alia um conhecimento "de rua" com algo que, pelo senso comum em geral, as pessoas acham que só se aprende na escola, numa faculdade etc., que é a informática. O que você acha sobre isso? Dentro da cultura de rua, poderíamos dizer que existe um preconceito com a escola? Ou isso tá mudando, ou sei lá? O que você pensa sobre isso? Ou será que sou eu que tô atrasado em pensar que esse saber é de escola, sendo que já há tanta lan house nas periferias do Brasil afora, e tanto autodidata na periferia?

Banto: Maninho, eu estava pensando aqui... Tem uma galera que eu tenho curtido muito, nesse novo cenário do hip-hop paulistano, novo para mim, que tem misturado, com doses equilibridas, política, negritude e festa. Tipo... três coisas que nunca vi juntas e, soltas, sempre me pareceu faltar algo... Talvez seja a chegada da leitura, a leitura da vida. Sob vários ângulos que não sejam somente da denúncia e lamentação, mas tipo dos “condenados da terra” que passam a se olhar de forma diferente, se gostando mesmo, sem ter que atravessar a ponte para aprender isso. Eu sou da geração que teve que atravessar a ponte e, agora que eu tô de volta, olha só, vejo que viajaram sem sair do lugar e, aprendendo tantas coisas como eu, mas viajando para dentro!

Tô lendo um livro ´bem loko` e quero compartilhar contigo. Chama-se Contra o Método, de Paul Feyerabend. Tô no começo, mas parece que estamos sentados num boteco juntos, uma terceira pessoa. Ele é um desses caras da filosofia da ciência e nesse livro ele vai buscar argumentos para endossar a tese de que todas as pessoas são cientistas e têm seu valor intelectual, e que podem contribuir diariamente nessa engenharia chamada humanidade. Ele ataca todos os que tentam enquadrar o que é de fato "científico", por se usar método cientifico para chegar a tal conclusão. Ele quebra a ideia de um, dois, ou quantos sejam, metódos corretos, pois mesmo os cientistas erram muito para chegar a um resultado, inclusive olhando o erro dos outros.

Chega mais um na mesa: Sartre, no seu livro Em Defesa dos Intelectuais, vai falar da impossibilidade de existirem intelectuais orgânicos hoje, de só terem existido na Idade Média, com os filhos dos burgueses desenvolvendo coisas para melhorar a vida dos seus, mas que hoje, quando tem um intelectual na periferia, ele se aburguesa e trai sua classe. Mas não é isso que vejo hoje e convido o Sartre a observar: a periferia passa a ser centro. As pessoas vão para dentro e buscam a "africanização dos espíritos", como disse Amilcar Cabral: chegou e foi na missão. Fogem para dentro e externalizam isso de diversas formas.

Feyerabend concorda. E com certeza o hip-hop foi o estruturante para que isso viesse a acontecer. Dos sauraus aos documentários e cenários underground de São Paulo que chamam o mainstream para dançar. Recentemente, o Governo Federal, através dos institutos federais e escolas técnicas federais, criou a rede Certific. Essa rede tem a ideia de certificar o conhecimento adquirido no dia-a-dia, sem ser pela escola formal. Vão certificar o pedreiro, a cozinheira, o eletricista que não se sentou numa cadeira de escola. Ou que esteve lá por pouco tempo e poderá ter o certificado emitido pelo instituto federal como curso técnico... tipo universitário! Tem umas regras a serem seguidas e tal, e também depende da natureza de cada instituto. É nova a parada e depende da adesão de cada unidade. Está se formando, existe em poucos lugares ainda, mas a iniciativa é massa! Vi isso rolando no campus de Guarulhos. Tipo... os pais e as mães são intelectuais orgânicos, com saberes adquiridos por vias diferentes, e a combinação de vias diferentes, de gerações, oferta possibilidades de mudança para si, para os seus e para os outros. Assim como seus filhos e filhas estão em universidades institucionais e criando as novas universidades, que passam a ser os locais até então inusitados por uns, e para outros vadiagem: o bar que vira espaço literário, a quitanda que vende livro, a esquina do centro que tem freestyle... As salas de aulas são certificadas pelos próprios alunos, que também são os professores! Pois é: intelectuais orgânicos. A rua é nóiz! Abração, irmão!

Spensy: Muito bom! Sensacional a sua reflexão. Suas ideias foram na mosca! Bem... Mais uma provocação, então, para a gente continuar. Como você bem lembrou, a gente observa que esse processo de constituição de um "poder popular", por assim dizer, no campo do conhecimento, também gera alguns desafios, desdobramentos (digamos assim), das questões iniciais. Também acho que é um debate totalmente sintonizado com o momento econômico positivo que estamos vivendo.

Por exemplo: nos EUA, houve a ascensão social de um grupo negro, a constituição de uma espécie de "elite do gueto", que não necessariamente se comporta no plano político em favor dos pobres ou dos demais negros (pode ser que se faça a opção de negar a origem e se identificar com os valores da classe média). No Brasil, agora que a economia parece que está massificando esse processo de ascensão social, como você acha que as coisas podem acontecer? Vai ser um caminho parecido?

Minha posição pessoal, vale demarcar, é de um branco (branco vira-lata: não tenho passaporte europeu nem "sobrenome") e que nasceu em uma família de uma classe média (com origens camponesas, de ambos os lados). Sei que sou uma contradição ambulante, estudei na escola privada para chegar à universidade pública (embora minha família, que é do interior, não fosse ter dinheiro pra pagar uma faculdade em São Paulo, certamente), mas tudo o que eu posso fazer é tentar ajudar as coisas a mudar, em vez de manter o mito de que cheguei aonde cheguei "por meus próprios méritos". Ou seja: em suma, não tenho legitimidade para chegar em alguém de uma família que passou gerações sem poder gozar de certos benefícios sociais, como o consumo, e dizer que essa pessoa está errada em consumir. Porém, sempre me chamam a atenção pessoas como o Colin Powell e a Condoleezza Rice, negros servindo a um governo dos mais filhos da p... da história mundial recente, o de George W. Bush. Como você vê esse processo de, daqui a um tempo, podermos ter negros no governo, de fato, como há muito se reivindica, mas negros de direita? Ou, mesmo que "de esquerda", como o Barack Obama, mas que servem a objetivos dos mais reacionários, como a manutenção da guerra no Oriente Médio?

Banto: Levo em consideração que é um questionamento que não baila somente nas reflexões do Spensy, mas de todo um grupo. E, por isso, embora seja uma resposta para o Spensy, respondo de forma geral... Você acha pertinente esse questionamento? Quer dizer, você crê que a resposta possa servir de ajuda para as pessoas negras? Ou é mais uma questão não resolvida, que gera angústia, das pessoas brancas de consciência social? Digo isso porque respondemos a essa pergunta há anos. Mas ela ainda persiste, e é óbvio: quando as pessoas pegam sua liberdade, elas podem usar como bem entender.

Mas aí não basta: os negros, os oprimidos têm que fazer diferente. Senão, “Por que aceitamos a liberdade deles? Era para eles serem diferentes do que fizemos e fazemos”. “Nos sentimos traídos, pois depositamos toda a confiança.” Ou seja: era para dormir em paz. “Resolvemos o problema com a abolição.” Tipo... o negro que conseguiu mais privilégios tem que seguir um monte de regras, senão perde seus direitos.

E o opressor pode ser tanto de direita como de esquerda. O capitalismo e o socialismo são soluções e/ou problemas dos brancos em suas sociedades e civilizações. Não temos obrigação de seguir nenhuma dessas convenções. Isso num primeiro momento. Uma vez que dividimos o mesmo espaço, temos duas saídas: nos organizarmos paralelamente ou nos integrarmos. Só que, de diversas formas, somos impedidos de realizar as duas opções. Somos impedidos, de diversas formas, de exaltar nossa identidade - das formas escancaradas às sutis atitudes racistas. Uma vez integrados é que faz sentido nos posicionarmos quanto à orientação político-ideológica.

Em livros de esquerda, anarquistas ou socialistas, raramente nos colocam como trabalhadores ou pessoas - gente. Somos colocados como "coisas", nas poucas linhas do livro, algo que tem que ser dito por "questão histórica" e pronto. Na tentativa de endossar a tese de integração, de democracia racial, raramente nossa opinião tem crédito. Ainda tem aquele tratamento de como se fôssemos crianças: "Eles não sabem o que dizem" ou "Eles não sabem o que fazem". Isso por um lado. Por outro, tem aquela ideia da confiança, que o senhor de escravo depositava em um negro, em um grupo, e esse tinha que seguir um monte de regras para não perder seus privilégios.

É tipo isso: quando há negros no poder e com grana, não podem se sentir livres para fazerem o que bem entenderem, como um branco faria. Tem que seguir todas as recomendações de como deve se comportar um negro bem-sucedido. Esperam que o Obama resolva todos os problemas do mundo, ou pelo menos os mais complicados, pois ele é negro e será diferente. Se há um advogado branco corrupto, não falam “advogado branco corrupto”. Só advogado. No caso do negro, vem sempre com esse composto, sempre lembrando que ele é negro. Não que ele precise ignorar esse fato. Mas prova-se, aí, que não há igualdade. Quem se destaca tem um compromisso a seguir. Aí tem que contemplar os negros ricos e pobres, assim como os brancos ricos e pobres. Se for mulher, mais ainda. E não pode errar! O branco pode errar quantas vezes for, mas o negro não.

A sua provocação é boa, e não é a primeira vez que escuto de pessoas com as mesmas caracteristicas que você desenhou para si mesmo, em termos étnico-sociais. Aí vale lembrar Steve Biko**, quando ele dizia que devem existir alguns brancos bons, assim como devem existir alguns negros ruins. A questão é que, quando exigimos cotas, não queremos que todos os cotistas venham reforçar um projeto de esquerda. Num primeiro momento, queremos só a presença fisica, para colorir a parada.

Por sua vez, esse que chegou lá carrega toda a história de seu grupo étnico-racial, que vai se desenvolvendo na contradição. Tipo Nilma Bentes, no seu livro Negritando, que diz que, às vezes, o papel do militante negro é contar a "péssima notícia" para aquele jovem: que ele é negro. Assim como o colega branco chama ele de "negrão", mas não chama o outro de "branquelo". Então a consciência passa a se desenvolver aí e não sabemos para onde ela pode ir.

Se você der uma olhada no livro Tornar-se Negro, de Neusa Santos Souza, ela desenvolve bem os problemas de formação de identidade em um país como o Brasil. Inclusive, ela se suicidou. Lembra-se do Pele Negra, Máscara Branca (texto famoso do Frantz Fanon)? Pois é, uma vez que se tem o acesso a determinados espaços políticos e econômicos, a primeira missão é ver um de pele escura e cabelo crespo lá. Sem exigir nada dele. Mas aí vem o peso, principalmente dos brancos de consciência social e de esquerda, de que o negro que chegou lá deve dar o exemplo. E os negros cobram mais ainda. Consequência do sentimento desenvolvido pelo colonizador: “Você terá mais direitos porque se comportou bem e tem que fazer valer a chance que você teve, senão acaba para você e para os outros”.

Vale lembrar que tanto a esquerda como a direita estão pouco se lixando para nós, negros. Temos 50 anos de socialismo em Cuba e o país continua racista. E lá não é a minoria, como nos Estados Unidos, ou metade, como no Brasil. Lá é a maioria! E não se vê negro na estrutura de poder. "Se o poder é bom, quero ele também." Lembra-se do Ilê Aiye? Pois é.

A sua referência é pertinente, mas é tendenciosa. Entendo que seja para gerar o debate. Mas aí você se esquece de pessoas como W.E.B. Du Bois e todos aqueles que construíram no passado para que esses afrodescendentes pudessem chegar onde estão, sem necessariamente serem de esquerda ou de direita. Muitos pan-africanistas escolheram a terceira margem do rio e levavam porrada dos dois lados. A questão é o negro, onde estiver, fazer só um pouquinho: já é o bastante. Ainda esses dias, assisti a um filme muito bom! Muito bom mesmo, e que me deixou mais leve! Chama-se O Grande Debate, foi feito pelo Denzel Washington e financiado por pessoas como a Oprah. Procure ver o trailer do filme. É muito bom. É um pouco desse debate que estamos fazendo, mas em 1935... Abração!

Spensy: Genial! Não esperava nada menos que isso de você, meu professor! Agradeço pela paciência em responder. De fato, eu tento ser só um "cavalo" nesse debate, de questões mais amplas. Em suma, matou a pau! O que você escreveu ainda está ressoando em mim. Você não só lê Fanon, você entende o Fanon, vive o Fanon. Isso dá outra dimensão para o estudo. Isso é estudar de verdade!

O que você disse me fez pensar nuns debates que rolam muito em relação aos povos indígenas (tô falando isso porque é o debate do qual eu tenho estado mais próximo nos últimos anos, mas também porque, fundamentalmente, acho que tem, sim, a ver com a questão colonial). Tem muitos lugares em que o pensamento se parece muito com isso que você descreveu: "Eu lhe dou a liberdade, mas só se for para você fazer o que eu acho justo e correto" (sem você se corromper na cidade, querer consumir, experimentar coisas novas, pra além da “tradição cultural”). Enfim, um brinde ao Fanon e a ti! Com a satisfação de ser seu contemporâneo.

Banto: Salve, maninho! A satisfação é a minha!

(Com Banto Palmarino)

*Frantz Fanon (1925-1961) foi um psiquiatra e escritor antilhano, considerado um dos maiores pensadores do século XX acerca da descolonização de países africanos pelos europeus. Escreveu quatro obras: Pele Negra, Máscaras Brancas (1952); L´An V de la Révolution Algérienne (sem tradução, 1959); Os Condenados da Terra (1961); e Pela Revolução Africana (1964).

**Steve Biko (1946-1977) foi um ativista que lutou contra o apartheid na África do Sul nas décadas de 1960 e 1970. Morreu nas mãos da polícia, no trajeto entre uma prisão e outra, mas o caso prescreveu sem que chegasse a ser esclarecido ou julgado.


Por Spensy Pimentel - Retirado do Central Hip Hop

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Explosão Brega

Hey felas, como estamos?

Bom, já tinha ficado impressionado com a capacidade de formação de pública do brega, assistindo o Documentário "Good Copy, Bad Copy". Agora sai esse documentário, assiste ae o trailler:


sábado, 13 de novembro de 2010

Eventos interessantes

Fico aqui na cidade de Cabo Frio, pensando em formas de fazer o nosso som girar e futucando a net, percebe-se que boas iniciativas estão começando a pipocar no Rio de Janeiro, sem precisar de aval de grandes companhias, grandes mídias, grandes isso e grandes aquilo. Precisamos dos grandes, precisamos do macro, mas precisamos do micro e do médio também. Enfim, assistam o vídeo. 1kg de rap.

Obs: Não conheço os caras, ein... O que é bom, é bom e ponto.




segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Abusado - O traficante ou o Estado?


Bom, acabei de ler o livro "Abusado - O Dono do Morro Dona Marta" de Caco Barcellos e dentro de todas as impressões que poderia estar passando no post, o que me impactou mais foram as histórias com teor cinematográfico e que impressionam por serem reais, vividas por homens e mulheres cujo componente básico para a vivência é a ausência do Estado em suas atribuições do artigo 5° da constituição. Fico pensando se as aspirações do Marcinho VP vulgo Juliano fossem levadas a cabo pelo Comando Vermelho que preferiu ser apenas um varejista de drogas e financionadores de armas contrabandeadas. Penso se o Marcinho VP convencesse os dirigentes do CV a seguirem algo parecido com Movimento Zapatista Mexicano, o que poderia ser o Brasil e as periferias brasileiras ein? Bom, deixo o livro para download e um texto da Revista Época sobre o mesmo. Ressalvas para a Época, integrante do PIG ( Partido da Imprensa Golpista).



Radiografia do tráfico
Caco Barcellos conta a vida do Robin Hood do pó no Morro Dona Marta e revela como sua quadrilha nasceu
ANTONIO GONÇALVES FILHO


A biografia de Marcinho VP não é a história do famoso traficante carioca. Por paradoxal que pareça, o livro Abusado, do repórter Caco Barcellos, que será lançado nesta segunda-feira no Rio de Janeiro, não pretende, segundo o autor, contar a vida de Márcio Amaro de Oliveira - o 'dono do Morro Dona Marta', segundo o subtítulo da reportagem, que consumiu quatro anos de trabalho do correspondente da TV Globo em Londres. No livro, Marcinho VP é chamado de Juliano. Poderia ser Fernandinho ou Zequinha. Caco optou por um codinome não por medo de ameaças, mas para ser justo. Afinal, a história de Marcinho VP não difere muito da vida de milhares de outros Marcinhos e Julianos que neste momento estão sendo aliciados nas favelas brasileiras para servir de 'aviões' - entregadores de droga, na gíria dos traficantes.

Preso em Bangu 3, no Rio, e condenado a mais de 40 anos de reclusão, Marcinho VP criou fama como o chefe do tráfico carioca que incorporou a retórica de guerrilheiro social, mergulhou na leitura do existencialista Albert Camus, permitiu a gravação de um clipe do cantor Michael Jackson na favela Santa Marta e ficou amigo do cineasta João Moreira Salles. Um dos herdeiros do Unibanco, Salles rodou o documentário Notícias de uma Guerra Particular no morro. Chegou a dar mesada para o bandido abandonar o tráfico e escrever um livro contando sua história. Caco não chegou a tanto, mas também virou interlocutor de Marcinho VP. Viu o traficante pela última vez em Buenos Aires há quatro anos, justamente quando ele, foragido, vivia com o dinheiro da 'bolsa' de R$ 1.200 mensais, concedida em troca da autobiografia. O livro do traficante não saiu do esboço, para desapontamento do cineasta, mas Abusado assume a tarefa de contar seu ingresso e sua ascensão no mundo do tráfico, revelando ainda como se formaram sua quadrilha e a facção criminosa Comando Vermelho, que tomou conta do Morro Dona Marta.

Filho de família nordestina que migrou para o Rio, Marcinho VP, de 33 anos, estudou até a 5a série do ensino fundamental, virou surfista na Praia do Leme e, como todo garoto de favela, cansado de ver tênis de grife em pés alheios, decidiu trocar os livros por um revólver. Conseguiu até namorar meninas ricas que, dispostas a uma transa interclassista, fingiam ignorar sua condição de favelado. Elegendo como herói o subcomandante Marcos, do mexicano Exército Zapatista de Libertação Nacional, o traficante pretendia liderar o Movimento Social Revolucionário pela Favelania - mistura de favela e cidadania, segundo o neologismo que criou ou tomou emprestado de um estudante de teologia. Começou pelo Morro Dona Marta, uma comunidade de 12 mil habitantes que ainda vive sob o domínio do medo a menos de 300 metros da prefeitura carioca. A pretensão de Marcinho VP acabou em Bangu 3, acusado de tráfico, homicídio e corrupção de menores, aliciados como 'aviões'. Mas sua história não pára por aí. Curioso para saber como ela termina, o traficante telefonou para Caco da prisão, no Natal, e perguntou como andava o livro do repórter.

O autor nem precisaria revelar a conclusão dessa vida bandida. A palavra 'morte' é repetida no livro com a mesma freqüência com que Juliano invoca a ajuda de Santo Expedito, o guerreiro milagroso, nos momentos de perigo. 'Ele sempre carrega imagens de santo', lembra Caco, relacionando sua ação 'missionária' de líder comunitário à equivocada forma com que o traficante absorveu o discurso da igreja progressista, cujo papel de evangelização, no Morro Dona Marta, foi além do mero catecismo.

Numa carta aos dirigentes do Comando Vermelho, reproduzida no livro, Juliano posa de 'pai dos órfãos', o messias da comunidade. 'Não tô nisso por poder ou dinheiro', escreve o Robin Hood do pó, recorrendo a uma sintaxe miserável como a vida dos favelados. Caco não censura nem glamouriza o traficante. Sabe que muitos dos 'órfãos' das favelas cariocas foram torturados ou mortos por seus pares por ignorar as leis do tráfico - as punições por perda de dinheiro ou mercadoria vão do espancamento à morte. Da mesma forma, o repórter nunca se omitiu quando a polícia cometeu esses mesmos crimes. Exemplar é o caso de Fernando Ramos da Silva, um dos personagens de seu polêmico livro Rota 66. Nele, Caco afirma que o astro do filme Pixote, de Hector Babenco, foi acuado e morto por policiais sob uma cama, em 1987, aos 19 anos, sem possibilidade de reação.

Publicado há 11 anos, o livro que denunciou os métodos de extermínio da Rota rendeu vários processos ao autor. Ele foi perseguido por policiais e obrigado a sair do país por algum tempo. 'Abusado não omite nome de traficantes e homens da lei por medo, mas para preservar a segurança dos familiares dos proscritos', adverte. 'Foi por meio de uma relação de confiança que cheguei aos chefes do tráfico.'

Caco diz que escreveu o livro porque os jovens do morro sabem tudo sobre a vida na cidade, enquanto os garotos do asfalto ignoram o que se passa na favela. Criado num bairro pobre chamado Partenon, em Porto Alegre, o premiado repórter conhece bem a realidade dos deserdados. A exemplo dos favelados que retrata, viu seu 'pai herói' trabalhar durante 50 anos 'por um salário indigno'. Pelo menos um dos amigos de infância tornou-se assaltante e foi morto pela polícia. Caco manteve distância do mundo marginal, mas a carreira de repórter o reaproximou dele.

Com Abusado, ele mostra que a cultura de um dos povos mais violentos do mundo está mudando. Para pior. 'A idade dos autores de crimes no tráfico caiu bastante e a perversidade das execuções aumentou.' Antes de aprender a somar, esses meninos aprendem a subtrair - os próprios companheiros de jornada. 'É uma herança do Esquadrão da Morte', analisa Caco. Triste legado o deles.



Baixa o livro ae



terça-feira, 2 de novembro de 2010

Podcast N°2 - Especial perda de pen drive

Podcast 2 by Fabio Emecê





Bom, perdi meu pen drive e gravei esse podcast para estravazar. É isso.

Bloco 1


Pac Div - Paper
Antiéticos - Soldado
Jorge Ben - Que Nega é Essa


Bloco 2

Kanye West - All The Lights
Pertnaz - Dar mais do que receber
B.negão e Digital Dubs - Sorriso Aberto (Jovelina Pérola Negra)


Bloco 3

Karol Koncá - Assim que se faz
Céu - Bubuia
Amanda Diva - Devils

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Cabelo Ruim?

Hey felas


Conversando com a amiga Candace, veio a tona a questão de estudarmos, entendermos e intervirmos na nossa parte sensível. Compreender as aflições psiquicas e ter ações efetivas para tentar curá-las. É espinhoso o assunto, pois ultrapassa a ocupação dos espaços de poder, tão em voga no movimento negro conteporâneo. Sempre postarei algo relativo ao tema, pois precisamos mesmo estarmos atentos e a partir disso, termos ações concretas.
Deixo o primeiro vídeo, justamente falando sobre o cabelo...

E a desordem - o que eles chamam de desordem?


É a insurreição do povo contra esta ordem ignóbil, quebrando seus grilçhões, destruindo os obstáculos e caminhando para um futuro melhor. É o que a humanidade tem de mais glorioso em sua história.
é a revolta do pensamento às vésperas das revoluções; é a derrubada das hipóteses sancionadas pela imobilidade dos séculos precedentes; é a eclosão de todo um fluxo de nocas idéias, de invenções audaciosas; é a solução dos problemas da ciência.
A desordem é a abolição da escravidão antiga, é a insurreição das comunas, a abolição da servidão feudal, as tentativas de abolição da servidão econômica.
....

A desordem - o eles denominam desordem - são as épocas as quais gerações inteiras mantêm uma luta incessante e sacrificam-se para preparar uma existência melhor para a humanidade, livrando - a das servidões do passado. São as épocas durante as quais os gênio popular toma seu livre impulso e dá, em alguns anos, passos gigantescos, sem os quais o homem teria permanecido no estado de escravidão antiga, de ser rastejante, aviltado na miséria.
A desordem é a eclosão das mais belas paixões e das maiores dedicações, é a epopéia do supremo amor pela humanidade!


Sébastien Faure...

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Grafitte na LAPA - RJ

Bambas do graffit from Krrank on Vimeo.




Hey Felas, como estamos? Eu sou meio receoso com algumas parcerias, princilpamente quando se trata de poder público, apesar de acreditar que as relações com o poder público tem ser a partir de uma lógica cidadão-servidor. Controversias com Estado a parte, a Lapa tá ficando linda...

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Casa de Botão

Hey Felas

Navegando pela net, encontrei esse vídeo muito interessante sobre as modelos "gordinhas" e ainda mais interessante, pois tem um depoimento de minha querida amiga pernambucana Laila.
Pela beleza, graciosidade, firmeza e sinceridade, eu deixo o vídeo disponível para apreciações.

Obs: Laila, minha nega, janeiro tamo ae em Recife ein rsrsrs


domingo, 24 de outubro de 2010

Podcast N° 1 - Especial SWU

Podcast 1 by Fabio Emecê


Podcast falando sobre o SWU, politica e outras coisas. Tocando sons de bandas que tocaram no SWU


Bloco 1

Curumin - Solidão Gasolina
Letuce - Horizontalizar
Cidadão Instigado - Os urubus querem te come


Bloco 2

The Mars Volta - The Widow
The Mars Volta - Vermicide
The Mars Volta - Eriatarka


Bloco 3

Rage Against The Machine - Testify ao vivo do SWU
Rage Against The Machine - Calm Like a Bomb
Rage Against The Machine - Know Your Enemy

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

SWU - Bullet in the fuckin head

Hey felas






Estamos de volta contando um pouco das impressões do SWU

Sustentabilidade que se resumiu a água de 300 ml da Nestlé, Garrafa bio degradável da Coca Cola, Latas pintadas de verde e preto dando a impressão de coleta seletiva e estande da Oi feito com pneus velhos para trocar de roupa... Banheiros quimicos toscos e preços absurdos. Água a 5 reais, cerveja a 7, pão com carne q disseram q era hamburguer a 10 conto.

Destaques no palco Oi novo som: Letuce, Curumin e Cidadão Instigado.

Nos palcos grandões: The Mars Volta e Rage Against The Machine

Como eu fui no festival por causa do Rage, o que eu posso dizer? Foi válido. 47 mil cabeças para ver os caras foi impressionante e o começo do show foi bizarro. Aja força nos braços e nas pernas pois as pessoas simplesmente se comprimiram a ponto de o show ser interropido e a área vip ser invadida. Zack pediu para a galera se acalmar, mas com uma perfomance daquelas, o circo era para pegar fogo mesmo e pegou e foi maneiro demais. Declarações pró-Mst a parte, valeu a pena pra caraio, valeu mesmo. E aqueles que andam dizendo que o Rage está pop. Puta merda, analisem o repertório dos caras, o que eles tocaram e parem de falar besteira, por favor.

É isso, e SWU nunca mais...

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Hey Felas

Semana Especial

Ontem fui arrastado meio q de surpresa para o Canecão em Botafogo - Rio de Janeiro e assisti dois shows impressionantes: Hypnotic Brass Ensemble e Buraka Som Sistema.

O que eu posso dizer do Hypnotic - Competencia, Beleza, Zelo, Humildade e Simpatia

O que eu posso dizer do Buraka - Peso, Alegria, Sensualidade, Postura... Um destaque para a mc deles, que isso, que mulher era aquela... O Thiago El Nino ia concordar comigo, uma verdadeira entidade...

Deixo abaixo uns aperitivos, rsrsrs

Fui-me

(OBS:) Sábado tem Rage Against The Machine






quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Tamo ae!!

Primeira postagem e eu começo com o podcast, tá ligado? To me aperfeiçoando. Espero q gostem e é isso aí, mais um canal de interação.

Artes, Amor e o Conhecimento da Diaspora...

Podcast n° 0 - Fábio Emece by Fabio Emecê




Lista das Músicas

Bloco 1

1 - Aloe Blacc - Life so Hard
2 - Banda Black Rio e Cateano Veloso - Odara
3 - Alcione (Letra de João de Vale) - Pisa na Fulô

Bloco 2

1 - Felipe Alem - Anjos
2 - M.F.Lou, Mc Wiza e Mc Natan - Grito de Liberdade
3 - Xis - Sonho Meu

Bloco 3

1 - Jorge Ben - Velhos, Flores, Crianças e Cachorros
2 - Casa de Caboclo - Isso te Incomoda
3 - Baloji - Karibu Ya Bintou