quinta-feira, 28 de junho de 2012

Pretensão Camuflada


Os discursos superam em muito a expectativa da obra e a obra é mero caminho para objetivos maiores. Estamos nos educando fazendo arte ou a arte nos educa? Ou isso é tão relativo que a proposta educativa não é algo que vai ser atigindo necessariamente pela arte?
Vejamos o exemplo da música e a célebre frase do Fela Kuti: “ A música é a arma!”. A arma é um instrumento que serve de combate, serve para impor uma ideia ou se ignora. Ações que cabem decisão direta de quem recebe o instrumento e quem decide manipular está disposto a modificar as suas ações ou não.
E a partir do momento em que decidimos ou não interagir com o instrumento, uma proposta educativa se forma e um pensamento se tem. Agora as pessoas serão educadas para que? Antes elas não eram educadas? Que caminho é esse?
Toda educação está pautada em parâmetros e se começarmos a admitir que a música educa, teríamos que nos adequar a um parâmetro curricular qualquer que pode inferir um desejo por um tipo de sociedade ideal. Legal, tudo bem.
Agora diante de todo um discurso de educação, libertação e proliferação de uma ideia está atrelado termos como profissionalismo, marketing, número de downloads e quantidade de apresentações.
E ae? Tantos termos apenas para atingir as pessoas, educa-las, se comunicar? Ou talvez se tenha mais intenções em torno dessas propostas libertadoras?
Toda estratégia é carregada de um conjunto de ideias a ser atingida ou perpetuada e se  nos baseamos em números para atingir uma meta, o que estamos querendo é exatamente se beneficiar com o que o número pode proporciar, caso ele seja alto.
Por que não admitir que ter um público grande traz benesses de prestígio, de amplificação de voz, de importância, de trânsito a lugares que um mero mortal não se tem normamente, hein? Por que não admitir que se quer ser conhecido, seguido, admirado por uma ideia colocada, por um trabalho feito com x ou y de esforço?
Eu hein, os propósitos maiores são importantes de serem almejados ou até mesmo planejados, mas não podem servir de desculpa para propostas personalistas que são legítimas, a partir do momento que você assume isso, sem blá, blá, blá ou ti, ti, ti.
Talvez o grande parâmetro curricular do momento seja camuflar o discurso em busca da doutrina. Vai saber...

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