Os discursos superam em
muito a expectativa da obra e a obra é mero caminho para objetivos
maiores. Estamos nos educando fazendo arte ou a arte nos educa? Ou
isso é tão relativo que a proposta educativa não é algo que vai
ser atigindo necessariamente pela arte?
Vejamos o exemplo da
música e a célebre frase do Fela Kuti: “ A música é a arma!”.
A arma é um instrumento que serve de combate, serve para impor uma
ideia ou se ignora. Ações que cabem decisão direta de quem recebe
o instrumento e quem decide manipular está disposto a modificar as
suas ações ou não.
E a partir do momento
em que decidimos ou não interagir com o instrumento, uma proposta
educativa se forma e um pensamento se tem. Agora as pessoas serão
educadas para que? Antes elas não eram educadas? Que caminho é
esse?
Toda educação está
pautada em parâmetros e se começarmos a admitir que a música
educa, teríamos que nos adequar a um parâmetro curricular qualquer
que pode inferir um desejo por um tipo de sociedade ideal. Legal,
tudo bem.
Agora diante de todo um
discurso de educação, libertação e proliferação de uma ideia
está atrelado termos como profissionalismo, marketing, número de
downloads e quantidade de apresentações.
E ae? Tantos termos
apenas para atingir as pessoas, educa-las, se comunicar? Ou talvez se
tenha mais intenções em torno dessas propostas libertadoras?
Toda estratégia é
carregada de um conjunto de ideias a ser atingida ou perpetuada e se nos baseamos em números para atingir uma meta, o que estamos querendo é
exatamente se beneficiar com o que o número pode proporciar, caso ele
seja alto.
Por que não admitir
que ter um público grande traz benesses de prestígio, de
amplificação de voz, de importância, de trânsito a lugares que um
mero mortal não se tem normamente, hein? Por que não admitir que se
quer ser conhecido, seguido, admirado por uma ideia colocada, por um
trabalho feito com x ou y de esforço?
Eu hein, os propósitos
maiores são importantes de serem almejados ou até mesmo planejados,
mas não podem servir de desculpa para propostas personalistas que
são legítimas, a partir do momento que você assume isso, sem blá,
blá, blá ou ti, ti, ti.
Talvez o grande
parâmetro curricular do momento seja camuflar o discurso em busca da doutrina. Vai saber...
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