Toda a melanina
encarnada em você
me faz pensar o quanto
somos indivisíveis
toda a força racista
não eliminou meu amor
por você
encadece o negrume
escurece a luz
seduz a queratina
abraça e abre a retina
preta minha
preto seu
eu sou
porque resisto a
eliminação
da câmara de
eliminação
midiática
beijo você
no quarto
na sala
na praça
dissipo pragas
curo chagas
por conta de nossa
melanina
se junta, se funde
confessa, unge
animismo sem eco
sem objeto
te igualo
te venero
recuso o dissecar
natural é a forma
preta de amar
fodemos
fazemos amor
beijamos
gritamos
dane-se o pudor
nossa geração há de
viver...
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