quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Londres em Chamas

Nas revoltas que andam ocorrendo no Mundo, a trilha sonora que anda encabeçando os "desobedientes" é o rap. Seja na Tunisia, Palestina ou em Londres, a música que consegue relatar melhor os acontecimentos é o Rap. Duvida? Assista ae então!


quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Underground


Street vídeo amador, de uma verssão canção "Underground", do rapper Marcão Baixada, presente na Micro-mixtape "sui generis".

terça-feira, 23 de agosto de 2011

O senhor que lavou a alma dos negros e imigrantes na BBC de Londres

A BBC procurava um "bode expiatório" para falar contra os "disturbios" civís e encontrou um senhor aparentemente simples, de fala emocionada. Era nada menos que Darcus Howe, um colunista e ativista dos direitos civis extremamente hábil na defesa dos negros e imigrantes diante da coroa britânica.

Ao que tudo indica, a equipe do jornal não fez sequer uma pesquisa sobre o entrevistado e se deu mal em rede nacional. A entrevistadora tentou a todo momento contornar o imprevisto e piorou ainda mais a situação.

Vale a pena ver a fala emocionante que foi ao ar em rede nacional na BBC. O final foi ainda mais forte quando a apresentadora tenta enquadrá-lo como um simpatizante ou partícipe dos "disturbios". Darcus exige RESPEITO da apresentadora com relação a sua condição de negro e idoso.



Pena que os jornalistas brazucas continuam puxa-sacos dos países "ricos". A jornalista falando que o Reino Unido tem uma forte tradição de respeito aos direitos civís foi ótimo. Um país com um dos maiores índices de preconceito de classe e de cor, como pode ter respeito aos direitos civis? Incrível a necessidade de jornalistas brasileiros de exaltar a coroa britânica e os países "ricos".

Parabéns ao senhor Darcus Howe.

domingo, 21 de agosto de 2011

Batidas, Rimas e Revolução - É o que precisamos?




‎"Nesses tempos difíceis para muita gente (especialmente as de cor), isto é um chamado para os artistas continuarem a nos inspirar, mas para representarem o povo melhor do que midia faz. Aqui há a esperança de que o supergrupo Jay-Z e Kanye possam elevar as massas a tentar um pouco refletir mais como o coração de Otis do que se gabar, porque eles são bons demais para menos." Chuck D

sábado, 20 de agosto de 2011

Cultura em Chamas



Mais uma vez o governo propõe uma pauta para a Cultura. Desta vez a discussão é sobre um possível edital com dotação de aproximadamente 100 mil reais. Em uma suposta contra-mão, alguns artistas propoem a criação de um Fundo Municipal com a dotação de 1/3 da verba da Cultura para favorecer o mesmo edital.

Pois bem, o texto vai discutir o que pode estar por trás da pauta governamental e tentar apontar um real contra-ponto. Acredito que estejamos de fato assistindo a Cultura do Governo x Cultura do Povo.

O edital é uma forma de se transferir recurso para o produtor cultural ou artista para se realizar determinado tipo de ação. Temos que nos atentar que a prática de transferência de recursos públicos para os produtores ou artistas é prática antiga das gestões da Cultura, praticamente sem exceção.

Vejamos o exemplo do tão criticado Carnaval e suas cifras astronômicas. É um claro exemplo de transferência de verba pública para uma produção cultural. Produção cultural de caráter popular, com apelo. Justicativas para se investir pesado, pois o retorno para a população é latente.

O que vemos como resultado: arquibancadas praticamente vazias e escândalos de corrupção que se pipocam a cada ano. Agora cabe uma pergunta: é assim por que os carnavalescos são corruptos por natureza ou a forma como se é transferido o dinheiro público que é algo questionável?

Cabo Frio nunca teve diretrizes formatadas para direcionar possíveis verbas públicas para uma gestão de Cultura. Entram secretários, saem secretários, o que se vê? A verba é direcionada de acordo com o pensamento de algumas cabeças e logicamente essas cabeças não vão trabalhar em prol da maioria, pois interesses particulares irão permear escolhas e até mesmo politicas.

Um edital nos moldes em que se quer aplicar seria uma transferencia de dinheiro público para aplicação de determinada ação, mas cadê a diretriz, o que se espera alcançar, qual seria o público-alvo, qual seria o impacto para rotina da cidade, qual seria o legado? Temos todas essas respostas e outras mais?

Não, pois antes de se transferir dinheiro para pessoas, teríamos que ter um Plano Municipal de Cultura, capaz de atuar no munícipio a ponto de criar uma estruturação capaz de fomentar a criação do artista e o trabalho dos produtores culturais. Temos que ter algo além de um Teatro sucateado, precisamos ter um espaço além para os artesãos, precisamos de ter lugares para os músicos desenvolverem seu trabalho, como por exemplo, uma rede de bares e casa de shows ou espaços públicos ao ar livre.

Como articular isso tudo e entender a Cultura como um processo que pode gerar renda, pode impactar o turismo e mudar de forma positiva a rotina do munícipio? Através de um Plano Municipal de Cultura.

Tranferir dinheiro público nas nossas atuais condições abre precedente para acontecer o que acontece no Carnaval. Impacto insignificante das ações culturais para o povo e como não se tem uma diretriz para aplicação desse dinheiro, o lastro para corrupção é gritante.

Um governo que rasga dois documentos de discussão coletiva e propõe um edital para tentar fomentar produção ou atividade artistica não pode ser levado a sério. Pois se entende a Cultura como política de governo. Um governo cuja marca registrada é ser a grande mãe para que os filhos sejam sempre eternos dependentes.

Toda proposta de se estruturar um município para que seu povo aja de maneira autônoma e independente é barrada sistematicamente em prol da politica de mama tetas eternas. Por isso, sou contra a pauta governamental, pois sem um Plano Articulado, que encare a Cultura como política pública, não como politica de governo, todo qualquer edital é chover no molhado.

A proposta é inverter a lógica, mostrar que estamos cansados de sermos tratados como meros apêndices da lógica municipal, sempre recebendo agrados sistemáticos, sem algo realmente de concreto que deixe um legado permanente para a cidade.

O governo poderia criar um Fundo Municipal de Cultura, mas para articular as diretrizes de um possível Plano Municipal de Culura. Poderia se abrir um edital, a partir do momento que as atividades culturais tem estruturação para se desenvolver de forma autonôma, aí sim, um edital, respeitando um público cativo e possíveis diretrizes construídas de forma coletiva, que se resumiriam no Plano Municipal de Cultura. Um Plano que atravessaria governos, um Plano de gestão pública. Dinheiro do povo, investido para o povo.

Cabo Frio precisa de um levante popular e o dinheiro público tem que ser usada de forma coerente e que se deixe um legado positivo para a população. Qualquer pauta diferente disso é favorecer meia-dúzia, como sempre.


segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Riscado



Trailer oficial de "Riscado", filme de Gustavo Pizzi, que estreia em 5/8. O longa recebeu o prêmio de melhor atriz (Karine Teles) e acaba de ser selecionado para a competitiva de Gramado 2011. Também foi selecionado para os festivais SXSW, de Jerusalém e Hamburgo e entrou na mostra competitiva dos festivais de Guadalajara, Cartagena e Amsterdã.

Em "Riscado", a jovem Bianca Ventura (Karine Teles) tenta conquistar seu espaço como atriz. Enquanto não encontra uma boa oportunidade, se dedica ao grupo de teatro e mal consegue pagar as contas com o dinheiro ganho em uma empresa de divulgação de eventos, onde imita personalidades do cinema, como Carmen Miranda, Bettie Page e Marilyn Monroe. A sorte aparece quando, ao fazer teste para uma produção internacional, o diretor francês se encanta pela história de Bianca. Finalmente, surge a chance de construir uma sólida carreira e realizar um sonho.

Uma coprodução da Cavideo, Canal Brasil e Link Digital, com distribuição do Filmes do Estação, "Riscado" traz no elenco, ainda, Otávio Muller, Gisele Fróes, Camilo Pellegrini, Dany Roland e Lucas Gouvêa, entre outros. Trilha Sonora de Letuce e Iky Castilho.


sábado, 13 de agosto de 2011

Londres em chamas ou assalto ao consumismo?


Londres anda em chamas. O foco é o assassinato de um jovem negro pela polícia inglesa. Contestações diante da revolta dos jovens são constantes, inclusive dentro a ótica de que em vez de derrubar o governo da Rainha, eles estão assaltando a esmo, em busca de tênis e blackberrys! O assalto as grandes lojas pode ser exemplo de desobediência civil, mas assaltar gente na rua? O que se caracteriza? Abaixo alguns vídeos sobre o que acontece e devemos para pensar o Mundo que está sendo construído pela instituições que sempre acreditamos que sejam capazes de nos dar algum respaldo. Elas merecem nossa confiança? Abaixo um texto retirado do Carta Maior:


Quem são as “bestas selvagens” inglesas?



Com mais 2.300 prisões e mais de 1.200 processados por roubo ou violência, o desfile pelos tribunais não mostrou nenhuma “besta selvagem”. Ao invés disso, o perfil dos acusados surpreendeu os britânicos que tiveram que enterrar a primeira caracterização simplista – negros, afrocaribenhos, pobres e excluídos. Designers gráficos, estudantes universitários, professores, adolescentes, púberes, desempregados, marginais, um aspirante a entrar no exército, uma modelo: a variedade desafia qualquer estereótipo. O artigo é de Marcelo Justo, direto de Londres.




“Indignados” não são. Nenhum discurso articula o protesto, não existe uma lista mínima de demandas como ocorreu com as manifestações dos estudantes ingleses contra a triplicação do valor das matrículas universitárias no ano passado. Os distúrbios em Londres e outras cidades inglesas se parecem mais com os de Paris em 2005, ou os de Los Angeles em 1992. O primeiro ministro David Cameron e a poderosa imprensa conservadora não querem entrar em complexas reflexões sociológicas. “O que ocorreu é extremamente simples. Trata-se de pura delinquência”, disse Cameron no debate parlamentar convocado em caráter de emergência. O autor de vários livros de história militar, entre eles “A batalha das Malvinas”, Max Hastings, foi mais longe: “São bestas selvagens.

Comportam-se como tais. Não têm a disciplina que se necessita para ter um emprego, nem a consciência moral para distinguir entre o bem e o mal”, escreveu no Daily Mail.

Com mais 2.300 prisões e mais de 1.200 processados por roubo ou violência, o desfile pelas cortes não permitiu ver nenhuma “besta selvagem”. Ao invés disso, o perfil dos acusados surpreendeu os britânicos que tiveram que enterrar a primeira caracterização simplista – negros, afrocaribenhos, pobres e excluídos – para começar a entender um fenômeno complexo. Designers gráficos, estudantes universitários, professores, adolescentes, púberes, desempregados, marginais, um aspirante a entrar no exército, uma modelo: a variedade era de um tamanho suficiente para desafiar qualquer estereótipo. Cerca de 80% dos que desfilaram pelos tribunais têm menos de 25 anos. A metade dos processados são menores de 18: muito poucos superam os 30 anos.

O apelido de “besta selvagem” tem uma arrogância de classe que não deveria ocultar seu principal objetivo: despojar os distúrbios de qualquer significado. A milhões de anos luz desta perspectiva, Martins Luther King dizia que “os distúrbios são a linguagem dos que não têm voz”. Na Inglaterra, o problema é que esta linguagem foi, em vários momentos, um balbucio ininteligível.

Macbeth na encruzilhada
O conflito começou com os protestos pela morte de Mark Duggan, no bairro de Tottenham, baleado pela polícia que, aparentemente, foi rápida demais no gatilho. Em um primeiro momento era um protesto político local marcado pela tensão étnica em um bairro pobre: o primeiro objeto de ataque foram dois carros de patrulha da polícia queimados pelos manifestantes. Este pontapé inicial converteu-se rapidamente em quatro noites de saques de grandes lojas, roubo indiscriminado de comércios de bairro e indivíduos e enfrentamentos com a polícia em bairros pobres de Londres e da maioria das grandes cidades da Inglaterra.

Mas além de expressar uma exuberância dionisíaca, destrutiva e raivosa, que sentido pode ter o incêndio de uma pequena loja familiar de móveis no sul de Londres que havia sobrevivido a duas guerras mundiais? Como explicar que dois tipos com aspecto de hooligans simularam ajudar um jovem ferido para roubar-lhe o que ainda não tinham lhe roubado, como ocorreu com o estudante malaio Ashrag Haziq? Os distúrbios foram então “um relato contato por um idiota cheio de som e fúria que não significa nada”, como na famosa definição que Shakespeare faz da vida em Macbeth?

Nos distúrbios houve de tudo. A presença de bandos de jovens e o roubo meramente oportunista estiveram tão na ordem do dia como o uso de torpedos via celular para coordenar os ataques em lojas e bairros. Em uma sociedade onde o dinheiro se converteu em valor absoluto, a identidade parece definir-se, para muita gente, pela posse de tênis de marca ou do modelo de celular mais recente, ao qual essas pessoas não tem acesso porque vivem mergulhados na pobreza. Se a oportunidade aparece, por que não? Isso é o que fazem os banqueiros, os políticos, as grandes fortunas.

O atual ministro da Educação, Michael Gove, disparou indignado contra “uma cultura da cobiça, da gratificação instantânea, do hedonismo e da violência amoral”. O mesmo Gove gastou em 2006, 10 mil dólares para sua casa e passou a conta para a Câmara dos Comuns como parte de sua “dieta” parlamentar. Entre os objetos adquiridos, havia uma mesa que custou mais de 1.000 dólares, um móvel Manchu por 700 dólares e um abajur de 250 dólares.

Pobreza e gangues
Um dos casos que contribuíram para romper o estereótipo foi o de Alexis Bailey, um professor de escola primária de 31 anos, muito respeitado em seu trabalho, preso em uma loja da Hi-fi em Croydon, sul de Londres. Bailey ganha 1.000 libras em mês (cerca de 1.600 dólares) e paga de aluguel mais da metade disso: 550 libras (uns 900 dólares). No caso de Bailey, como no de Trisha, graduada em Psicologia Infantil que acaba de perder seu trabalho, percebe-se o núcleo de uma narrativa distinta da “mera delinquência” de “bestas selvagens”. “Ainda estou pagando o empréstimo que recebi para estudar. Cameron não faz nada. Não tem ideia do que é ser jovem. Dizem que nos aproveitamos dos benefícios. Mas queremos trabalho”, disse Trisha ao The Guardian.

Estes germens de discurso apareceram várias vezes. Na voz de uma mãe em um supermercado (“não tem nada, o que vão fazer?”), na de um jovem desempregado (“é preciso se rebelar”). As gangues juvenis são a expressão final e niilista deste fenômeno de não pertencimento social e de falta de perspectiva de vida. “As gangues oferecem uma relação de pertencimento a uma estrutura, uma disciplina, um respeito que os jovens não encontram em nenhum outro lado”, escreve Ann Sieghart no The Independent.

Esta semana, em um primeiro distanciamento de sua própria caracterização dos distúrbios, David Cameron lançou uma revisão de toda a política governamental para “recompor uma sociedade exausta”, evitar uma “lenta desintegração moral” e “solucionar problemas sociais que cresceram durante muito tempo”. É um começo. O que está claro é que as prisões, que em sua maioria já estão superpovoadas, não resolvem o problema de fundo: em alguns meses os mesmos jovens sairão para as ruas. A grande questão é se uma coalizão como a conservadora-liberal democrata, que fez do ajuste fiscal uma religião, pode levar adiante uma política mínima que comece a lidar com um fenômeno que tem complexas raízes econômicas sociais e culturais.

Tradução: Katarina Peixoto











segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Fábio Emecê - Cotidiano



Fábio Emecê, através da base do Dropê EJC, lança o single da EP "Cidade Cenográfica" chamado "Cotidiano". Com a proposta de ser um cronista urbano dentro de um ângulo diferenciado, a música aborda a caminhada de um trabalhador até ao seu local de trabalho e as reflexões que a caminhada suscita. Boa Audição!

Fábio Emecê - Cotidiano by Fabio Emecê