quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Libertário?



A proposta libertária é? Podemos ter tantas respostas e talvez nenhuma satisfaça o que a pergunta exige. E exigências a parte, onde poderemos chegar se não compreendermos as perguntas e ainda mais, se não nos esforçarmos para praticar a resposta?
Num universo de apropriações de significados, posso dizer que sou mil e uma coisas, faço mil e uma atividades e provoco mil e uma sensações. Aaaaaaaaaaaaaaaaah, eu seria o fodão, o sabe tudo, o provocador de tudo. Mas não sou e nenhuma pessoa é, certo?
Talvez o grande incomodo seja entender que nem todo significado acompanha o relato dito e sabemos que novos significados podem trazer descarte e envelhecimento de propostas. Seria aquele dilema de amor x sexo. Afinal fazemos amor ou sexo? Ou os dois? E por que confudimos isso? É somente porque são termos de associação semelhante?
Aí volto a pergunta inicial: a proposta libertária é? Não ter preocupação com nada e nem com ninguém? Se divertir até se cansar? Esquecer dos problemas e atribulações? Ter atitudes explosivas e destruídoras? Se revoltar e questionar seus direitos? Amar até não poder mais? Transar até não poder mais?
O grande dilema libertário é compreender a realidade objetiva e intervir a ponto que essa liberdade seja apreensível e suficiente capazes para suprir seus anseios, colocações e abstrações. E aí que mora o perigo, pois dentro das estrururas, normas e padrões do capital suprir anseios, colocações e abstrações são possíveis sim, mediante a uma soma vultuosa de dinheiro a algum especialista.
Temos valores e valores são agregados diante da demanda. Precisam de termos para definir o óbvio, disfarçar o óbvio, enfeitar o óbvio e fazemos o óbvio achando que estamos fazendo grande coisa.
Debord dizia que no espetáculo o mentiroso mente para si mesmo, e o verdadeiro é um momento falso. O que consideramos legítimo obedece a regras que não fomos nós quem fazemos. Até porque estamos na guerra de classes e na guerra existe a norma e existe o outro.
E no final pedimos desculpas pro opressor por ele ter atirado no meio da nossa testa. É assim mesmo?

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