A proposta libertária
é? Podemos ter tantas respostas e talvez nenhuma satisfaça o que a
pergunta exige. E exigências a parte, onde poderemos chegar se não
compreendermos as perguntas e ainda mais, se não nos esforçarmos
para praticar a resposta?
Num universo de
apropriações de significados, posso dizer que sou mil e uma coisas,
faço mil e uma atividades e provoco mil e uma sensações.
Aaaaaaaaaaaaaaaaah, eu seria o fodão, o sabe tudo, o provocador de
tudo. Mas não sou e nenhuma pessoa é, certo?
Talvez o grande
incomodo seja entender que nem todo significado acompanha o relato
dito e sabemos que novos significados podem trazer descarte e
envelhecimento de propostas. Seria aquele dilema de amor x sexo.
Afinal fazemos amor ou sexo? Ou os dois? E por que confudimos isso? É
somente porque são termos de associação semelhante?
Aí volto a pergunta
inicial: a proposta libertária é? Não ter preocupação com nada e
nem com ninguém? Se divertir até se cansar? Esquecer dos problemas
e atribulações? Ter atitudes explosivas e destruídoras? Se
revoltar e questionar seus direitos? Amar até não poder mais?
Transar até não poder mais?
O grande dilema
libertário é compreender a realidade objetiva e intervir a ponto
que essa liberdade seja apreensível e suficiente capazes para suprir
seus anseios, colocações e abstrações. E aí que mora o perigo,
pois dentro das estrururas, normas e padrões do capital suprir
anseios, colocações e abstrações são possíveis sim, mediante a
uma soma vultuosa de dinheiro a algum especialista.
Temos valores e valores
são agregados diante da demanda. Precisam de termos para definir o
óbvio, disfarçar o óbvio, enfeitar o óbvio e fazemos o óbvio
achando que estamos fazendo grande coisa.
Debord dizia que no
espetáculo o mentiroso mente para si mesmo, e o verdadeiro é um
momento falso. O que consideramos legítimo obedece a regras que não
fomos nós quem fazemos. Até porque estamos na guerra de classes e
na guerra existe a norma e existe o outro.
E no final pedimos
desculpas pro opressor por ele ter atirado no meio da nossa
testa. É assim mesmo?
Nenhum comentário:
Postar um comentário