terça-feira, 25 de setembro de 2012

Poema Insurgente




A rajada volta a soar
como a onda da vida
Fica frio...É só mais um número-fantasma na área...
O urubu no esqueleto do leão
escapando da arena...
Quem atira é o pseudo-morto, meu irmão...
Maluco...Acabou a munição...Foda-se continuo atirando...
Para cima...Beleza...é só isso...a fumaça
que sai do cano e sobe até as nuvens...
Exu me guia no vermelho dessa mira
Laser no meu peito...Tá ligado...na sequência..O coração...explode...
e estou livre da boca
que se abre pro mar...
Quer saber...Morrer não dói...
primeiro o tempo fica bem devagar...Tipo sonhando...
Aí vem um clarão...Você vê o Morro por todos os lados...
E então...

Poema de Marcelo Ariel lido publicamente nas ruas do Egito durante os protestos que derrubaram Mubarak, entre 2011 e 2012.

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