A
rajada volta a soar
como
a onda da vida
Fica
frio...É só mais um número-fantasma na área...
O
urubu no esqueleto do leão
escapando
da arena...
Quem
atira é o pseudo-morto, meu irmão...
Maluco...Acabou
a munição...Foda-se continuo atirando...
Para
cima...Beleza...é só isso...a fumaça
que
sai do cano e sobe até as nuvens...
Exu
me guia no vermelho dessa mira
Laser
no meu peito...Tá ligado...na sequência..O coração...explode...
e
estou livre da boca
que
se abre pro mar...
Quer
saber...Morrer não dói...
primeiro
o tempo fica bem devagar...Tipo sonhando...
Aí
vem um clarão...Você vê o Morro por todos os lados...
E
então...
Poema
de Marcelo Ariel lido publicamente nas ruas do Egito durante
os protestos que derrubaram Mubarak, entre 2011 e 2012.
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