quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013
terça-feira, 19 de fevereiro de 2013
Open Arms, Closed Doors (Braços Abertos, Portas Fechadas)
* Documentário Explicitando através de olhar de um Angolano radicado no Brasil, a situação da sociedade brasileira: Racista e Violenta
O
racismo no Brasil pelo olhar de quem veio de fora, por Fernanda
Polacow e Juliana Borges*
Discutir o racismo na sociedade brasileira sempre é um assunto controverso. Para início de conversa, uma parcela significativa da nossa população insiste em dizer que este é um problema que não enfrentamos. Somos miscigenados, multirraciais, coloridos. Como um país assim pode ser racista?
Discutir o racismo na sociedade brasileira sempre é um assunto controverso. Para início de conversa, uma parcela significativa da nossa população insiste em dizer que este é um problema que não enfrentamos. Somos miscigenados, multirraciais, coloridos. Como um país assim pode ser racista?
Foi
essa a pergunta que o angolano Badharó, protagonista do documentário
“Open Arms, Closed Doors” (Braços Abertos, Portas Fechadas), que
dirigimos para a rede de TV Al Jazeera e que será veiculado a partir
de hoje em 130 países, se fez quando chegou ao Brasil em 1997
esperando encontrar o Rio de Janeiro que ele via nas novelas.
Badharó
é um dos milhares de angolanos que vieram viver no Brasil. Depois de
fugir da guerra civil no seu país de origem, escolheu aqui como novo
lar – um país sem conflitos, alegre, aberto aos imigrantes e cuja
barreira da língua já estava ultrapassada à partida. Foi parar no
Complexo da Maré, onde está localizada a maior concentração de
angolanos do Rio de Janeiro.
Para
quem defende que o Brasil não é um país racista, vale ouvir o que
ele, um imigrante negro, tem a dizer sobre a nossa sociedade. Badharó
não nasceu aqui, não carrega nossos estigmas, não foi acostumado a
viver num lugar em que muitos brancos escondem a bolsa na rua quando
passam ao lado de um negro. Depois de 15 anos vivendo numa comunidade
carioca, ele tem conhecimento de causa suficiente para afirmar: “O
Brasil é um dos países mais racistas do mundo, mas o racismo é
velado”. O documentário segue a rotina deste rapper de 35 anos e
mostra o dia a dia de quem sofre na pele uma cascata de preconceitos,
por ser pobre, negro e imigrante.
Além
de levantar o tema do nosso racismo disfarçado, o documentário
propõe, também, uma outra discussão: agora que estamos nos
tornando um país alvo de imigrantes, será que estamos recebendo bem
esses novos moradores?
Com
a ascensão do Brasil como potência econômica e o declínio da
Europa, principal destino de imigração dos africanos, nos tornamos
um foco para quem não apenas procura uma situação melhor de vida,
mas para quem procura uma melhor educação ou mesmo um bom posto de
trabalho. São muitos os estudantes africanos de língua portuguesa
que desembarcam no Brasil. Segundo o Ministério das Relações
Exteriores, Angola foi o quarto país do mundo que mais solicitou
visto de estudantes no Brasil em 2012. Com esta nova safra de
imigrantes, basta saber como vamos nos comportar.
Europeus
e norte-americanos encontram nossas portas escancaradas e nossos
melhores sorrisos quando aportam por aqui, mesmo que estejam vindo de
países falidos e em situação irregular. No entanto, um estudante
angolano com visto e com dinheiro no bolso, continua sofrendo
preconceito. Foi este o caso da estudante Zulmira Cardoso, baleada e
morta no Bairro do Brás, em São Paulo, no ano passado. Vítima de
um ato racista, a estudante virou o mote de uma musica que Badharó
compôs para que o crime não fique impune. Isto porque tanto as
autoridades brasileiras quanto as angolanas não deram sequência nas
apurações e o crime segue impune.
A
tentativa de abafar qualquer problema de relacionamento entre as duas
nações pode afetar as interessantes parceiras comercias que existem
entre os dois governos. Para todos os efeitos, continuamos sendo
ótimos anfitriões e estamos de braços abertos para quem quer aqui
entrar.
Roosevelt Improvisada (As Minas Rimando)
4 MC's rimam na Praça Rosevelt, SP. MC's: Lívia Cruz, Taty BellaDona, BrisaFlow e Karol de Souza
Beat: Duck Jay
domingo, 17 de fevereiro de 2013
sábado, 9 de fevereiro de 2013
quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013
Aláfia
Batuque de umbigada, ensaio de escola de samba, jongo e baile Black podem ser as primeiras referências da memória. Uma banda de gente revivendo nos corpos que dançam, cantam e tocam, as muitas histórias do espírito da Terra.
Na especificidade, no entanto, Aláfia cria uma performance que perpassa a inteligência do canto e da harmonia, do lirismo poético e exemplar concepção de arranjos de base influenciados pela música preta de todo o planeta - já que a antiga relação África Brasil, tendo como contraponto os EUA, é constantemente revisitada dentro de um tempo onde não mais os carros de bois e negreiros nos movimentam e sim a banda larga.
A exemplo dos cultos ancestrais de tradição oral, em que o fundamental é o repasse do conhecimento mítico, Aláfia vem desenvolvendo linguagem absolutamente particular utilizando-se não apenas das conhecidas e pertinentes estruturas musicais de todos os tempos, mas também inserindo novas e por vezes inusitadas pitadas de diversas expressões artísticas.
Considera-se fator fundamental para o ineditismo que se instaura em cada apresentação da banda, essa aliança entre os contextuais elementos da música tradicional e a “musica contemporânea”, buscando convivência plena entre o novo e o antigo bem como alternâncias entre a rítmica das palavras e o próprio canto, um importante elemento de percussão melódica.
Composta por baixo elétrico, bateria, percussão, metais, guitarra, violões e voz, Aláfia busca a atenta, espontânea e progressiva ocupação de uma sonoridade que identifique-se como atemporal.
O revezamento entre batidas silenciosas e grooves efusivos, spokenword e arranjos elaborados constantemente ao longo dos ensaios e shows faz com que a banda crie-se e renove-se a cada canção.
Em fase de pré-produção de seu primeiro disco que será gravado ao vivo, Aláfia pretende manter a idéia principal do processo de criação: a junção do hip-hop, com música tradicional , a imagem e a presença do MC, os vocais à frente e constante inspiração no jazz.
O batuque acaba nunca.
Texto: Serena Assumpção
terça-feira, 5 de fevereiro de 2013
segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013
Fábio Emecê - Retrato Falado
21 de janeiro de 2013 –
Itapetininga/SP. O Estúdio FyaBomb Records fervendo. Dabliueme,
Fábio Emecê e Clovis BateBola trocando ideia, algumas audições de
instrumentais e eis que Fábio Emecê começa a rabiscar algo e surge
a “Retrato Falado.”
“Retrato Falado”
fala sobre pessoas que querem destaque de qualquer maneira e usam
todo qualquer tipo de artifício, mas nunca se importando com a força
do cotidiano, tão definidora da nossa persona e ação. Sendo assim,
não passam de retratos falados diante do contexto da realidade
objetiva e desafios práticos.
Cadê seu retrato
falado? Alguém te desenhou hoje? Lembrou de você? Enfim, tolo somos
nós que não servimos para ensinar...
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