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"Não é comum que um rapper escreva um livro, pura e simplesmente um texto em prosa. Eles em geral pensam em rimas, estrofes, metáforas e batidas.
Quando aparecem esses livros, eles frequentamente são aquelas obras sofridas, menos escritas que ditadas para um autor profissional, mais enganação que um trabalho de arte ou de pensamento profundo.
Jay-Z produziu essa última opção.
Um MC de talentos quase lendários e uma grande reputação no mundo do rap, seus trabalhos tradicionalmente garimpam as ruas em busca de histórias de correrias, sobrevivência e, frequentemente, loucas baladas. Eles podem mimetizar a altamente polida arte do braggadocio [N.T.: termo em inglês, derivado da literatura, que indica um tipo de rap parecido com o que se vê em uma roda de freestyle ou em um duelo de repentistas, em que o MC se gaba de si mesmo e tira sarro dos adversários], de riqueza e hedonismo por que o rap é famoso.
Mas o novo livro de Jay-Z, Decoded ("Decodificado"), é um trabalho honesto, soberbo, bem escrito e surpreendemente político que serenamente recorda a era do nascimento do rap no Brooklyn e sua luta para encontrar um lugar nele.
Notavelmente, suas tentativas de conseguir assinar com as gravadoras eram repetidamente repelidas, uma amostra de quão perdidas as empresas fonográficas eram naqueles tempos iniciais do rap.
Mas ele realmente decola quando escreve sobre a necessidade de sua geração de passar por cima da recusa do passado, de preencher os dolorosos vazios deixados pela falta do pai, pioradas pela devastação da era Reagan e o açoite das drogas. Ele escreve:
´Eu sinto como se nós, rappers, DJs, produtores – pudéssemos contrabandear algo da mágica daquela civilização em nossa música e usar isso para construir um novo mundo. Nós éramos crianças sem um pai, e encontramos nossos pais no vinil e nas ruas e na história e, de certa forma, foi como um presente; nós conseguimos colher e escolher os ancestrais que inspirariam o mundo que nós estávamos construindo para nós mesmos.
Aquilo era parte do ethos daquele tempo e lugar, e construiu a cultura que nós criamos. Nossos pais já haviam ido embora, normalmente porque eles tinham quicado por aí, mas nós pegamos seus discos velhos e os usamos para construir algo novo (pág. 255 do livro).`
O livro é ricamente completado com letras dos mais famosos raps de Jay-Z, e várias outras colaborações. Dessa forma, é uma verdadeira arca do tesouro para as cabeças do rap e do hip-hop.
Decoded é o mapa de uma era que deu à luz um dos mais influentes gêneros musicais do século XX. Jay-Z contribuiu com um verdadeiro documento histórico sobre esse período."
Do corredor da morte, aqui é Mumia Abu-Jamal
Quando aparecem esses livros, eles frequentamente são aquelas obras sofridas, menos escritas que ditadas para um autor profissional, mais enganação que um trabalho de arte ou de pensamento profundo.
Jay-Z produziu essa última opção.
Um MC de talentos quase lendários e uma grande reputação no mundo do rap, seus trabalhos tradicionalmente garimpam as ruas em busca de histórias de correrias, sobrevivência e, frequentemente, loucas baladas. Eles podem mimetizar a altamente polida arte do braggadocio [N.T.: termo em inglês, derivado da literatura, que indica um tipo de rap parecido com o que se vê em uma roda de freestyle ou em um duelo de repentistas, em que o MC se gaba de si mesmo e tira sarro dos adversários], de riqueza e hedonismo por que o rap é famoso.
Mas o novo livro de Jay-Z, Decoded ("Decodificado"), é um trabalho honesto, soberbo, bem escrito e surpreendemente político que serenamente recorda a era do nascimento do rap no Brooklyn e sua luta para encontrar um lugar nele.
Notavelmente, suas tentativas de conseguir assinar com as gravadoras eram repetidamente repelidas, uma amostra de quão perdidas as empresas fonográficas eram naqueles tempos iniciais do rap.
Mas ele realmente decola quando escreve sobre a necessidade de sua geração de passar por cima da recusa do passado, de preencher os dolorosos vazios deixados pela falta do pai, pioradas pela devastação da era Reagan e o açoite das drogas. Ele escreve:
´Eu sinto como se nós, rappers, DJs, produtores – pudéssemos contrabandear algo da mágica daquela civilização em nossa música e usar isso para construir um novo mundo. Nós éramos crianças sem um pai, e encontramos nossos pais no vinil e nas ruas e na história e, de certa forma, foi como um presente; nós conseguimos colher e escolher os ancestrais que inspirariam o mundo que nós estávamos construindo para nós mesmos.
Aquilo era parte do ethos daquele tempo e lugar, e construiu a cultura que nós criamos. Nossos pais já haviam ido embora, normalmente porque eles tinham quicado por aí, mas nós pegamos seus discos velhos e os usamos para construir algo novo (pág. 255 do livro).`
O livro é ricamente completado com letras dos mais famosos raps de Jay-Z, e várias outras colaborações. Dessa forma, é uma verdadeira arca do tesouro para as cabeças do rap e do hip-hop.
Decoded é o mapa de uma era que deu à luz um dos mais influentes gêneros musicais do século XX. Jay-Z contribuiu com um verdadeiro documento histórico sobre esse período."
Do corredor da morte, aqui é Mumia Abu-Jamal
Quando vai sair???
ResponderExcluirJá saiu nos E.U.A e por aqui nem tem previsão...
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