A premissa do filme: Um comprimido pra esquecer as agruras da herança da escravidão. Vale a pena assistir?
NO BONI official teaser from DuBois Ashong on Vimeo.
sexta-feira, 27 de março de 2015
segunda-feira, 23 de março de 2015
domingo, 15 de março de 2015
O que acontece?
Pense:
ignorar o espírito fascista e conservador não tem como mais, assim
como tentar entender os interesses por trás disso pode ser
fundamental para se poder ter um posicionamento que defenda nossa
proposta de vivência e autonomia.
Já
travei embates com um amigo sobre propostas de emancipação e
difusão de ideias sobre autonomia e vivência dos nossos. Sou preto,
do Hip Hop e assim como o amigo, temos propostas contra -
hegemônicas, ou seja, não acreditamos numa proposta de imposição
do capital com suas opressões como modelo a ser reproduzido.
Em nossas
angustias, afirmava que o Brasil é um país conservador, as pessoas
são conservadoras e temos uma construção histórica que defende
privilégios e os movimentos para defender esse privilégio sempre
são violentos.
E
dependendo da nossa origem e matiz, o trauma e a violência sempre
nos acompanha, com participação efetiva do Estado e suas esferas.
Pois bem, o fim de semana foi movimentado, com defesas de ideais
democráticos e críticas severas ao atual governo federal.
De
pedidos de reforma política a intervenção militar, multidões
invadiram o espaço estigmatizado da rua para falar e dar suas
supostas opiniões. Atos truculentos fizeram parte? Incoerências
históricas fizeram parte? Reinvindicações que beiraram o ridículo
fizeram parte? O sistema binário de proposições tomou conta? Tudo
isso e mais um pouco.
O que
talvez não tenha entrado em jogo de maneira tão efetiva é pra onde
vai o povo preto e pobre brasileiro, achatado nas periferias e sendo
vigiado e exterminados pelas forças militares, seja oficialmente ou
milicianamente.
As vozes
dessa parcela populacional precisam ser ouvidas de fato, e não só
ser ouvidas, precisam ser entendidas. Vivemos em nossas redes de
solidariedade, mesmo com as sabotagens precisas do Estado Democrático
de Direito. Afinal, quantos traumas são precisos diante dos tiros na
nuca e dos autos de resistência?
Um corpo
arrastado pelo asfalto e filmado não minam de uma vez a vontade de
nosso povo, ainda fazem essa parcela viver e criar mecanismos de
legitimação de vozes e pensamentos que passam longe dessa discussão
binária. Viver, se alimentar, ter uma casa e chegar no lugar
almejado sempre foram pautas significativas que transpassam o
Marxismo e o Neoliberalismo.
Lógico
que essas ideias (Neoliberalismo e Marxismo) são diluídas na
periferia, mas e aí? Se esse povo se mobilizar para se garantir o
que eles sempre garantiram pros seus e ainda por cima, começarem a
entender o sentido de autonomia e fortalecimento real dos seus, o que
vai sobrar da direita e da esquerda?
A
democracia burguesa sempre produziu traumas pro meu povo, seja
esquerda ou direita no poder. Um ponto a se considerar. Os militares
fazem incursões certeiras, precisas e corpos continuam sendo
estendidos na periferia, não importando a legenda partidária,
pensando no pacto federativo como máxima. Outro ponto a se
considerar. Um discurso quase único que perpassa os meios midiáticos
tradicionais. Mais um ponto a se considerar.
Quero uma
lógica sem traumas, sem genocídios, com autonomia e vivência plena
do povo preto. No Brasil ainda não é possível. Aliás, nunca foi
possível. Seria possível com a reforma política? Tenho minhas
dúvidas, mas tenho certeza que nem dia 13 e nem dia 15 me
representaram. Nem a mim, nem o Rafael Braga, a Cláudia, o DG e
tantos outros...
quinta-feira, 12 de março de 2015
Historinhas racistas que o povo só conta em mesa de bar
Um artista famoso,
daqueles que embalaram romances, casamentos, encenações e
falcatruas. Aquele artista que até hoje se faz tributos e tributos,
sempre o colocando no patamar de semi-deus e quem canta ou promove
alguma dele como privilegiado. Tá ciente?
Então: Em uma recepção
de jornalistas para uma entrevista para dar aquele levante, pois uma
vida toda de dedicações etílicas e carreiras brancas, não deixa
as pessoas sempre de bem com a vida. Ao avistar um jornalista preto,
emburrou a cara e se recusou a falar. Indagado sobre a mudança de
humor repentina, o mesmo disse que se recusa a falar algo com a
presença daquele preto no recinto.
A
entrevista foi cancelada? Não, de jeito nenhum, não se cancela
entrevistas com Semi-Deuses. O jornalista preto ficou da janela,
observando o desenrolar da fala e de vez em quando o artista olhava
de cara amarrada pro observador da janela. Ainda bem que não choveu.
Bom, só não conto
quem é o artista pra não perder as amizades, mas jamais sairia de
casa pra ver qualquer coisa relacionado ao mesmo, mas tem gente que
gosta, assim como tem gente que acredita que racismo não existe...
segunda-feira, 9 de março de 2015
sexta-feira, 6 de março de 2015
Nicky Lars - Musica negra
Release tirado da pagina "Forced Exposure"
"Para o seu primeiro álbum, o produtor parisiense Nicky Lars retorna às suas raízes, desenhando suas amostras e sua inspiração de música afro-caribenha. O álbum, intitulado sugestivamente Música Negra , Pode ser ouvido como uma discussão sobre o lugar da África e do negro na sociedade. Consciente e musical, este irá agradar aos fãs de ambos Afrobeat e hip-hop. A música negra não tem fronteiras, alternadamente deslocando do Brasil para as ilhas do Caribe, do estúdio de Nicky em Paris para a Nigéria. O álbum conta com participações de rapper britânico Ty, Pianista e produtor Buddy Sativa, Célia Wa e muitos outros."
*Discão
terça-feira, 3 de março de 2015
Yarah Bravo
Ela manda no rap, filha de pai brasileiro e mãe chilena. Tem dois discos na bagagem: Good Girls Rarely Make History (Mothergrain Records, 2008); Love Is The Movement (Duzz Down San, 2014).
Fez parte com do grupo One Self junto com o DJ Vadim.
Hoje ta ligado ao selo Organized Threat. Confere o show, busca os discos porque a mina detona.
domingo, 1 de março de 2015
Vendido, egoísta e qualquer coisa mais.
Dizer que nunca fui a favor de padrões é clichê. Até porque
qualquer processo de entendimento contra – hegemônico passa pela
chamada desconstrução. Entender onde está inserido, quais são
suas atitudes diante disso, o que te favorece, o que te desfavorece,
enfim, contextos de atuações nos quais você tem que refletir, caso
tenha essa chance, fazem parte do processo.
Tive
chance da reflexão, de entender-me como oprimido, em alguns
contextos como reprodutor de um discurso opressor e assim, fazer o
que tem que ser feito para que todas essas infusões sejam aos poucos
eliminadas do seu sangue, requer um esforço e dedicação próprios
e consequentemente uma série de escolhas.
Escolhas
que nos fazem questionar quem está do seu lado e porquê está
inserido em determinada estrutura. Olhamos para o lado e vemos
atitudes que não queremos mais reproduzir. Não podemos ignorar a
vivência, o conhecimento e a cumplicidade, pois isso te fez ficar
vivo até hoje, só que a desconstrução é cruel, porque as
incompatibilidades aparecem e como aparecem.
Entender
essa incompatibilidade é fundamental, doloroso, mas fundamental,
pois a desconstrução das lógicas opressivas nos dão um novo
patamar de tratamento com o próximo em que a aceitação e o
entendimento de que precisamos de uma outra lógica de vivência é
no mínimo libertador.
Tá, me
desconstruí pra que mesmo? Que proposta de contra – hegemonia
seria essa? Vamo lá! Sou homem preto, mira constante dos órgãos
militares do Estado. Preciso sobreviver, e entendo que não farei
isso sozinho, então me alio a todos que entendem o Estado Brasileiro
como racista e mutilador do povo preto.
Como
homem, percebo-me numa lógica machista de hierarquização com
relação a mulher, e na especificidade, a mulher preta. Então,
comecei a acreditar na horizontalidade da relação homem – mulher
e homem preto – mulher preta.
Não
acredito que a condição sexual seja pressuposto de poder. Aliás, o
poder é um incremento coletivo de decisão para que as pessoas
desenvolvam plenamente suas habilidades e interesses sem
hierarquização.
Uso o rap
e a escrita para passar a ideia contra – hegemônica. Anti –
Racista, libertário e entendimento da África como berço da
humanidade, como o real velho mundo. Sou preto e a favor da autonomia
do meu povo. E se for pra morrer, que seja esmagado pelos muros, mas
lutando sempre.
Se isso
me torna vendido, egoísta ou qualquer coisa mais, então muito
prazer, sou Fábio Emecê.
Assinar:
Postagens (Atom)